terça-feira, 9 de abril de 2024

Nada Consta

 Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei. 

Hebreus 8:12


A Certidão de Antecedentes Criminais popularmente conhecida como Nada Consta, é um documento emitido pela justiça brasileira que indica a conduta do cidadão perante a lei e a sociedade.

Qualquer que até então tenha andado retamente, receberá como resultado na sua certidão apenas a afirmação: Nada Consta. Por outro lado, qualquer que já tenha cometido algum delito, e mesmo já tendo cumprido a sua pena perante a lei, terá na sua certidão o registro da sua vida pregressa.

Na nossa relação com Deus, há uma promessa gloriosa para aqueles que, verdadeiramente arrependidos, confessam ao Pai os seus pecados. Ele nos garante não só a absolvição ou o perdão, como também apagar os registros das nossas iniquidades.

De modo que, se eu ou você chegarmos arrependidos diante de Deus e lhes pedir uma certidão ao nosso respeito, por sua misericórdia e graça Deus nos dirá: "Filho(a), aqui nada consta a teu respeito.

Pb. Levi Almeida

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Vencendo Gigantes


Como podemos vencer os gigantes hoje?

1 Samuel 17.1-58

João Crisóstomo o corajoso pregador e mártir sírio (347 - 407) disse: “Se você pensa que pode vencer sem lutar e acredita que receberá a coroa sem qualquer batalha, não passa de um péssimo soldado de Cristo.” Sem dúvida, a vida cristã envolve desafios e conflitos, quer gostemos disso ou não. Nossos inimigos lutam constantemente contra nós e tentam nos impedir de tomar posse de nossa herança em Jesus Cristo.

Lucas ao falar sobre Davi disse: “Porque na verdade, tendo Davi servido a sua própria geração, conforme os desígnios de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção” (At 13.36). Davi foi um homem que marcou a sua geração conforme os propósitos divinos. Davi era um homem segundo o coração de Deus, mas não estava isento de enfrentar gigantes. Para vencer os gigantes que se levantam contra nós hoje, precisamos aprender com Davi, ois ele nos ensina a:

1- NÃO TEMER OS DESAFIOS QUE SE LEVANTAM (1 Sm 17.32) – A vida de Davi foi marcada por desafios, desde a sua mocidade. Ainda jovem, como pastor de ovelhas enfrentou feras, como leão ou urso (1 Sm 17.34,35). Ao ser enviado, por seu pai, ao arraial do exército de Israel para levar alimentos e saber como seus irmãos estavam (1 Sm 17.17-19), se deparou com o grande duelista filisteu desafiando o exército de Israel.

Davi não teve medo do incircunciso Golias e dispõe-se a pelejar contra ele (1 Sm 17.32). Ele não temeu o desafio, mas estava pronto se possível a morrer, como disse o pastor Martin Luther King: “Se você não está pronto para morrer por alguma coisa, então você não está pronto para viver”. Ele estava pronto a tirar a afronta de sobre Israel o exército do Deus vivo (1 Sm 17.26), na certeza de que Deus lhe concederia a vitória independente do experiente gigante.

O Precursor da Reforma Protestante Jerônimo Savonarola (1452-1498) disse: “Se não a inimigos, não a lutas, se não lutas não a vitórias”. Se queremos ser vitoriosos e marcar a nossa geração, precisamos enfrentar os desafios que surgem diante nós, sem temor assim como Davi enfrentou o gigante Golias.

2-NÃO DAR OUVIDOS A VOZ DOS CRÍTICOS E PESSIMISTAS (1 Sm 17.28,33,42)-Quando Davi disse que iria enfrentar o gigante, ninguém o incentivou, antes ele foi criticado, desanimado, por seus irmãos, e pelo rei Saul. Saul disse que ele não poderia enfrentar Golias, porque ele era moço, e Golias guerreiro desde a sua mocidade (1 Sm 17.33), ele foi desprezado pelo gigante 1 Sm 17.42. Contudo, Davi não deu ouvidos aos críticos e pessimistas.

Franklin Delano Roosevelt queria ser presidente dos EUA. Nascido em 30/01/1882 em New York. Estudou na Universidade de Harvard e Columbia. Exerceu a advocacia por um tempo, mas deixou para se dedicar à política. Aos 39 anos foi vítima de poliomielite, ficando paralítico da cintura para baixo. Muitos se levantaram para dizer que ele não poderia vencer, mas ele não desistiu de seus sonhos. A multidão dizia que ele jamais poderia ser presidente. Foi o único homem que foi eleito 4 vezes consecutivamente presidente dos EUA.

Deus está nos dando o privilégio de viver nesta geração, sabemos que não é fácil, como não fora na época de Davi, de Franklin, dos reformadores, mas confiados em Deus, não podemos nos intimidar diante dos críticos, pessimistas se queremos marcar esta geração. Não podemos só ficar olhando para o passado, precisamos olhar para o nosso presente e perguntar: o que eu estou fazendo para marcar a minha geração? Vamos começar fazendo coisas pequenas, e Deus nos preparar para fazermos coisas grandes, que ainda não sabemos.

3- LUTAR EM NOME DO SENHOR (1 Sm 17.37, 42) – Davi decidiu lutar, não em nome de Saul, de sua família, para ficar famoso, etc. Ele disse eu vou contra ti em “nome do Senhor dos Exércitos”.

O que Davi estava dizendo era: eu vou contra você, firmado em Deus. O verdadeiro comandante supremo do seu povo escolhido, dos exércitos de Israel, o Deus Todo-Poderoso, ontem, hoje e sempre. Ele estava dizendo, eu não vou te enfrentar Golias, confiado em minha experiência, nas minhas armas, em Saul, mas confiado naquele que nos dá a vitória, pois dele é a guerra.

Em nome de quem você está enfrentando os desafios ou problemas? Em nome de seus familiares, dos seus amigos, etc. Não! Levante-se, lute em nome do Senhor, ele não mudou. Senhor fala conosco através do profeta Isaías “Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41.9b,10).

4- LUTAR PARA A GLÓRIA DE DEUS (1 Sm 17.46,47) - O Davi tinha um alvo maior do que os seus compatriotas, ele queria vencer o gigante filisteu para manifestar a glória de Deus (1 Sm 17.46,47). O propósito principal de Davi era engrandecer o nome do Senhor em toda a terra. Não era fazer o seu nome conhecido, mas o nome do Deus de Israel. Saberá toda terra que há um Deus que salva. E, assim Davi derrotou Golias.

Paulo ao escrever a igreja de Corinto nos ensina a “fazer tudo para a glória de Deus”. (1 Co.10.31). O Breve Catecismo de Westminster nos ensina dizendo: Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Como nós podemos viver para a glória de Deus? Vivendo de conformidade com a Palavra de Deus, vamos marca a nossa geração e o mundo verá que somos do Senhor, e só ele nos faz vencedor.

Deus está nos dando um grande privilégio de vivermos nesta geração, não podemos nos intimidar diante dos desafios que se levantam contra nós tentando nos derrotar, mas vamos enfrentar os gigantes sem nos deixar levar por aqueles que não conhecem a Deus. Vamos lutar em nome do Senhor, para a glória do Senhor.

Pr. Eli Vieira

Deus de Aliança

 


Contudo eu me lembrarei da minha aliança, que fiz contigo nos dias da tua mocidade; e estabelecerei contigo uma aliança eterna. (Ezequiel 16:60)

Aliança diz respeito a um acordo, um tratado, um contrato ou um pacto entre duas ou mais partes.

O que há de mais precioso numa aliança, é o compromisso que abrange as partes envolvidas, as quais tem o dever de cumprirem aquilo que fora acordado.

Entre os homens, o mais comum é que uma aliança tenha um tempo de vigência, e se nesse tempo uma das partes quebra com o acordo, a outra passa a ficar desobrigada naquilo que se comprometeu.

Mas, não é assim com o nosso Deus.

As alianças de Deus são ricas em promessas, são abundantes de graça, e recheadas de misericórdia. E o mais fascinante é que também são eternas. 

E mesmo que sejamos infiéis e não cumpramos à nossa parte, Ele permanece fiel, porquanto a sua natureza e o seu caráter não lhes permite agir de forma contrária daquilo que prometeu.

Pr. Levi Almeida

sábado, 6 de abril de 2024

Cristão e sua família são torturados no Egito, após serem acusados de conversão forçada

 


Homem Egípcio. (Foto: Ilustrativa/Global Christian Relief)

A família de Boutros* foi interrogada, insultada, espancada e torturada com eletricidade.

Egito é um país de maioria muçulmana onde os cristãos representam apenas 10% da população. Boutros* é um jovem cristão de uma pequena aldeia no Alto Egito, que sofreu violência e perseguição.

Recentemente, ele e sua família cristã foram presos e torturados pela Segurança Nacional, o que os levou a se deslocar de sua aldeia. 

“Em 2019, meu irmão mais velho, Samuel, se casou com Christine, que já foi muçulmana, mas se converteu ao Cristianismo. Depois de se casarem, eles deixaram o Egito e se mudaram para o exterior, onde formaram uma família”, disse ele ao Global Christian Relief.

Recentemente, a segurança recebeu informações sobre a conversão de Christine ao Cristianismo. E no dia 12 de fevereiro de 2024, eles invadiram a casa da família de Boutros e prenderam ele, seu pai e seu irmão mais novo.

“Fomos interrogados. Fomos insultados e muito maltratados, até torturados com eletricidade. Nos interrogaram sobre o meu irmão e a sua esposa e queriam saber o seu paradeiro. Eles acusaram meu irmão de forçar a mulher a se converter ao cristianismo e falsificar a certidão de casamento, mudando seu nome para um nome cristão”, contou ele.

E continuou: “Meu pai estava muito cansado e não suportava a tortura, chegando a desmaiar de vez em quando. Eu e meu irmão ficamos com muito medo por ele, porque ele é mais velho e diabético. Não tínhamos certeza se voltaríamos para casa”.

Liberados da prisão

Tempo depois, a polícia os liberou. Porém, eles foram forçados a abandonar a sua casa na aldeia. 

“Durante todo o tempo em que estivemos presos, oramos para que Deus nos fortalecesse, nos protegesse, protegesse meu pai e nos salvasse. Oramos para que fôssemos libertados da prisão. Deus olhou para a nossa fraqueza e respondeu às nossas orações, e fomos libertados”, testemunhou o cristão.

“O que é doloroso para nós agora é que fomos deslocados de nossa casa. Mas, mesmo em meio ao deslocamento, estamos louvando ao Senhor. Agradecemos muito a Deus por atender nossas orações, cuidar de nós e proteger nosso pai doente. Todo agradecimento e glória sejam para Ele”, acrescentou.

A missão Global Christian Relief afirmou que a história de Boutros e sua família perseguida no Egito, é um “exemplo de fé resiliente apesar das circunstâncias difíceis”.

“Pedimos a Deus que forneça cura e conforto e os guie enquanto encontram um novo lugar para morar”, afirmaram eles.

E concluíram com o versículo bíblico de Tiago 1:2-4, que diz: 

“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, porque vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. Deixe a perseverança terminar o seu trabalho para que você seja maduro e completo, sem faltar nada”. 

O Egito ficou em 38º lugar na Lista De Observação Mundial De 2024 da missão Portas Abertas dos 50 países onde é mais difícil ser cristão.

*Nome alterado por motivo de segurança.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE GLOBAL CHRISTIAN RELIEF

Pedro, Um homem Transformado para Servir



João 21

 

A queda de Pedro foi muito triste, mas a sua restauração foi maravilhosa, onde podemos ver a graça incomparável do Senhor Jesus para com o pobre miserável pecador.

Este capítulo é dedicado, basicamente, ao apóstolo Pedro, companheiro de ministério de João (At 3:1). João não desejava terminar seu Evangelho sem contar aos leitores que Pedro havia sido restaurado a seu apostolado. Sem essas últimas informações, seria difícil entender a posição tão proeminente que Pedro ocupa nos doze primeiros capítulos do livro de Atos.

Neste capítulo podemos aprender algumas lições como cristãos transformados pela graça de Deus, cada uma, com uma respectiva responsabilidade. Nós fomos transformados para sermos:

 

 1 .  PESCADORES DE HOMENS – DEVEMOS OBEDECER AO SENHOR (Jo 21:1-8)

O Senhor havia instruído seus discípulos a se encontrarem com ele na Galileia, o que explica por que estavam no mar da Galileia ou mar de Tiberíades (Mt 26:32; 28:7-10; Mc 16:7). Mas João não diz por que Pedro decidiu ir pescar, e os estudiosos da Bíblia não apresentam um consenso quanto a essa questão. Alguns afirmam que estava fazendo algo perfeitamente legítimo, pois, afinal, precisava pagar suas contas, e a melhor maneira de levantar seu sustento era pescar. Por que ficar ocioso? Mãos à obra!

Talvez a impulsividade e a presunção de Pedro estivessem se revelando novamente. Foi sincero, trabalhou com afinco noite toda, mas não obteve resultados – como acontece com alguns cristãos na obra do Senhor! Acreditam sinceramente que estão fazendo a vontade de Deus, mas seu trabalho é em vão. Estão servindo sem orientação de Deus e não podem esperar as bênçãos dele.

            Era hora de Jesus assumir o controle da situação, exatamente como havia feito quando chamou Pedro para ser seu discípulo. Disse-lhes onde lançar as redes, e eles obedeceram e pegaram 153 peixes! Nunca estamos longe do sucesso quando permitimos que Jesus dê as ordens e, normalmente, estamos mais próximos do sucesso do que imaginamos.

 

2 . PASTORES – DEVEMOS AMAR AO SENHOR (Jo 21:9-18 )

            Jesus encontrou-se com seus discípulos na praia, onde já havia preparado um café da manhã para eles. Essa cena toda deve ter trazido fortes memórias a Pedro e tocado sua consciência. Sem dúvida, se lembrou daquela primeira pescaria (Lc 5:1-11), talvez da ocasião em que Jesus alimentou os 5 mil com pão e peixe (Jo 6). Foi no final desse último acontecimento que Pedro fez sua confissão explícita de fé em Jesus Cristo (Jo 6:66-71). As brasas na areia provavelmente o lembravam do braseiro junto ao qual havia negado ao Senhor (Jo 18:18). É bom recordar o passado, pois podemos ter algo a confessar.

O elemento-chave é o amor de Pedro pelo Senhor, e esse também deve ser o elemento central hoje. Mas a que Jesus se referia quando perguntou: “Amas-me mais do que estes outros?” Essa pergunta provavelmente queria dizer: “Você me ama – como você mesmo afirmou – mais do que os outros discípulos me amam?” A imagem muda, então, do pescador para o pastor, Pedro estava sendo restaurado. Pedro deveria ministrar tanto como evangelista (pegando peixes) quanto como pastor (cuidando do rebanho). É triste separar essas duas coisas, pois devem sempre andar juntas.

Por certo, o Espírito Santo prepara os que devem servir como pastores e coloca essas pessoas nas igrejas (Ef 4:11 ss), mas cada cristão, como indivíduo, também deve ajudar a cuidar do rebanho. Cada um de nós recebeu um ou mais dons do Senhor, e devemos usar o que ele nos deu para ajudar a proteger e aperfeiçoar o rebanho. As ovelhas têm a tendência de se perder, portanto devemos cuidar uns dos outros e nos exortar mutuamente.

 

3 . DISCÍPULOS – DEVEMOS SEGUIR AO SENHOR (Jo 21:19 – 25 )

Jesus havia acabado de falar sobre a vida e o ministério de Pedro e, agora, trata de sua morte. Pedro deve ter estremecido ao ouvir o Senhor discutir sua morte de maneira tão clara. Sem dúvida, Pedro sentia-se alegre por ter sido restaurado à comunhão e ao apostolado. Por que, então, falar do martírio?

            Um pouco antes, naquela manhã, Pedro “cingiu-se” e lançou-se ao mar rumando para a praia (Jo 21:7). Um dia, alguma outra pessoa o cingiria – e o executaria (ver 2 Pe 1:13,14). Diz a tradição que, de fato, Pedro foi crucificado, mas que pediu para ser colocado de ponta cabeça na cruz, pois não era digno de morrer exatamente da forma como seu Mestre havia morrido.

            Jesus Cristo transformou a de seus discípulos, e ainda hoje transforma vidas. Onde quer que encontre alguém que creia e que esteja disposto a sujeitar-se a sua vontade, a ouvir sua Palavra e a seguir seu caminho, começa a transformar essa pessoa e a realizar coisas extraordinárias por meio dela.

Exceto pelos relatos bíblicos, Pedro e João saíram de cena há séculos, mas nós ainda estamos aqui. Trata-se de um grande privilégio e de uma responsabilidade enorme! Só seremos bem-sucedidos à medida que permitimos que o Senhor nos transforme.

 Pr. Eli Vieira

 


sexta-feira, 5 de abril de 2024

QUEM É ESCOLHIDO NÃO TEM ESCOLHA

 


1 Pedro 2.1-10

UM MESTRE RARO - Há um conto que diz: “Em uma cidade remota, vivia um homem de raros dons. Era um famoso escultor e praticava também as artes marciais. É preciso mencionar que tanto em uma como outra era um verdadeiro mestre.

Lamentavelmente vários de seus amigos não o entendiam. Alguns criam que para ser escultor era necessário um caráter doce e manso. O resto pensava que um praticante de caratê devia ser um homem duro, violento e de quem todos tivessem medo.

Certo dia ele convidou, então, a todos os seus amigos. Queria que observassem suas habilidades.

Antes que os amigos chegassem à reunião, o homem tomou uma massa de barro e a dividiu em duas partes. Com o primeiro pedaço moldou uma formosa escultura. Tratava-se de um conjunto de pessoas, animais e flores num grande bosque. Pintou a obra de arte e a endureceu no forno. Com o outro pedaço de barro construiu um bloco sem forma e também o cozeu.

Os amigos chegaram no dia marcado e ele decidiu retirar primeiro a escultura.

– Que sensível e doce és! Tua obra é mui fina! Exclamaram maravilhados os presentes.

Respondeu o mestre:

_ Obrigado pelo elogio! Porém, na realidade não somente me dedico à escultura.
A resposta do artista deixou muitos de seus amigos perplexos. Dirigiu-se a seu ateliê e trouxe até o lugar onde as pessoas estavam reunidas, o grande pedaço de barro cozido.

_ Existem outras artes que não requerem sensibilidade, disse com voz grave.

Depois de alguns segundos, lançou um grito e com sua mão estendida rompeu de um só golpe todo o bloco solidificado.

Aqueles que assistiram, se deram conta do que o mestre lhes comunicava. A verdade é que ele era sensível e doce, porém, também era forte. Era melhor ser seu amigo.

Deus é como este artista. Alguns o vêem como um pai amoroso que não faria dano a ninguém; outros o percebem como um Deus que estabelece justiça, castigo e repreende. No entanto, nenhum dos grupos pensa corretamente. O apóstolo Paulo tinha a ideia correta de Deus: “considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11.22).

 No conto mencionado, o barro moldado representa os eleitos e o bloco sem forma os reprovados. Se bem que a misericórdia de Deus não poderia manifestar-se sem a existência de pecadores, tão pouco o justo juízo de Deus poderia igualmente se evidenciar sem a existência de condenados. Devemos amar e temer a nosso Deus, pois a misericórdia e a justiça divinas se completam; não se contradizem e dependem uma da outra. São como os dois lados de uma mesma moeda; a moeda se chama “predestinação” e os dois lados, “eleição” e “reprovação”.

A nossa eleição é um ato da livre graça de Deus que nos escolheu para vivermos em Cristo para a glória do Pai. Deus na sua infinita graça não deixou todos os homem perecerem no estado de pecado e miséria.

O apóstolo Pedro, após falar sobre o estilo de vida dos salvos, passa a tratar do crescimento espiritual dos que  foram escolhidos por Deus para uma nova vida. Por meio da conjunção portanto, o trecho se conecta ao anterior.

A salvação será consumada na segunda vinda de Cristo. Nós, que já entramos no reino da graça, aguardarmos com vívida esperança o triunfo do nosso Salvador, quando ele colocará todos os inimigos debaixo dos seus pés e nos levará para seu reino de glória.

Esse povo escolhido  precisa desenvolver a salvação vivendo para a glória de Deus. Pedro elenca no texto os passos necessários para  vivermos como povo escolhido de Deus. Os escolhidos por Deus foram:

  1. CHAMADOS PARA SER DIFERENTES DO MUNDO (1 Pe 2.1)

Como povo escolhido por Deus precisamos viver de forma diferente, por isso precisamos abandonar o pecado para que assim possamos crescer espiritualmente. O crescimento espiritual vem por meio da ruptura com práticas de pecaminosas que marcaram nossa vida antes de nosso encontro com Cristo. Vivíamos uma vida vazia e fútil. Éramos escravos de nossas paixões.

Andávamos num caminho de escuridão. Agora somos novas criaturas em Cristo e fomos gerados pela Palavra; não podemos mais continuar andando na prática dos mesmos pecados. Precisamos arrancar da nossa vida esses pecados como se fossem trapos imundos. Todos os cinco pecados alistados apresentam uma relação horizontal, ou seja, têm que ver com nossos relacionamentos interpessoais. Que pecados são esses dos quais precisamos despojar-nos?

Poderíamos afirmar que maldade é a atitude intencional de fazer o mal contra o próximo, e dolo é a intenção de fazer o mal, ocultando isso nas palavras e nos gestos.

A maldade e o dolo não são compatíveis com a vida que temos em Cristo. Esses pecados são como roupas contaminadas e sujas que precisamos remover de nossa vida.

Hipocrisia é fingimento, ou seja, é colocar uma máscara e vestir um capuz para ocultar a verdadeira identidade. E fazer da vida um palco para representar um papel, buscando aplausos. O hipócrita finge.

A palavra grega fthonos, traduzida por “invejas”, descreve o sentimento mesquinho de querer ocupar o lugar do outro. Até no grupo dos apóstolos a inveja subiu a cabeça. Quando Tiago e João levaram seu pedido a Jesus para ocuparem lugar de proeminência no seu reino, os demais ficaram tomados de inveja (Mc 10.41).

A inveja se expressa no desejo de possuir algo que pertence a outro. Uma pessoa invejosa é dominada por uma incurável ingratidão.

Maledicência traz a ideia de um falatório maldoso a respeito da vida alheia. E fazer da língua uma espada afiada para ferir, um fogo mortífero para destruir e um veneno letal para matar. Maledicência não é apenas sentir e desejar o mal contra o próximo, mas afligi-lo e atormentá-lo com o azorrague da língua. Precisamos nos livrar de todo mal, como nos livramos de uma roupa suja e contaminada.

Como filhos obedientes, não podemos retroceder nem cair nas mesmas práticas indecentes que marcavam nossa conduta quando vivíamos prisioneiros do pecado. Naquele tempo, os desejos e as paixões constituíam o esquema determinante da nossa vida e a nossa norma de conduta. É incoerente, incompatível e inconcebível um salvo amoldar-se às paixões de sua velha vida. O salvo é nova criatura. Tem uma nova mente, um novo coração, uma nova vida.

A vida no pecado é marcada pela ignorância. Mesmo aqueles que vivem untados pelo refinado conhecimento filosófico ainda estão imersos num caudal de ignorância (At 17.30).

A nova vida em Cristo, transformando a pessoa por dentro, deve traduzir- -se em novas expressões concretas de vida.

Todo o nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou do pecado para a salvação.

Pedro citou Levítico 11.44 para sustentar seu argumento: “Sereis santos, porque eu sou santo”.

Fomos resgatados do fútil procedimento que nossos pais nos legaram. Éramos não apenas escravos, mas levávamos uma vida vazia, improdutiva e sem propósito, num estilo de vida que passava de geração a geração.

Refletindo sobre essa condição humana antes da redenção, Mueller escreve: O homem, afastando-se de Deus, chegou a se tornar escravizado pelo pecado e pelas forças do mal, não tendo capacidade em si próprio para resistir a essa dominação interna e externa. Isso é o que, basicamente, desencadeia todo o processo de injustiça, de dominação e opressão que caracteriza a sociedade.

2- ESCOLHIDOS PARA CRESCER ESPIRITUALMENTE (2.2-8)

Para crescermos espiritualmente Pedro nos apresenta duas coisas indispensáveis a Palavra e o exemplo de Jesus.

Pedro passa daquilo que devemos nos despojar para o que devemos desejar. O crescimento espiritual decorre do que evitamos e também advém por meio daquilo com que nos alimentamos. Ênio Mueller diz que a ação deve seguir em duas direções: despojar-se do antigo e alimentar-se do novo.128 O alimento é vital para o crescimento saudável.

Pedro compara o cristão a um recém-nascido. Assim como um bebê anseia pelo leite materno, o cristão deve desejar ardentemente o genuíno leite espiritual. A palavra grega epippothein significa um desejo intenso, como o da corça que anseia pelas correntes das águas.

A expressão grega gala logikos, traduzida por “leite espiritual”, tem um rico significado. Logikos é o adjetivo correspondente ao substantivo logos.

Pedro acabara de falar sobre Palavra de Deus que vive e permanece para sempre (1.23-25). Por isso, é a Palavra de Deus que Pedro tem em mente aqui ao mencionar o genuíno “leite espiritual”.

A Palavra de Deus é pura. Não há crescimento espiritual onde a Palavra de Deus é sonegada ao povo. Não há saúde espiritual onde a sã doutrina não está no cardápio diário do povo. Alimentar o povo com a palha das falsas doutrinas em vez de nutri-lo com o trigo da verdade é como dar leite contaminado a um recém-nascido. Mata mais rápido que a fome. A Palavra de Deus tem a vida, dá a vida e sustenta a vida. E preciso ansiar pela Palavra de Deus como recém-nascidos famintos.

Em segundo lugar, o propósito. "… para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação" (2.2b). A Palavra de Deus nos torna sábios para a salvação (2Tm 3.15) e nos dá crescimento para salvação. Nascemos da Palavra e crescemos pela Palavra.

Em terceiro lugar, a constatação. Se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso (2.3). Nossa salvação e nosso crescimento espiritual são resultado da bondade de Deus. Ele não apenas nos deu vida, mas cuida de nós, providenciando todas as coisas necessárias para nosso crescimento e amadurecimento na fé. A verdade insofismável da bondade de Deus perpassa todas as Escrituras, e sua prova máxima é Jesus Cristo sendo entregue à morte de cruz pelos nossos pecados.

Warren Wiersbe quando diz que a Palavra revela a mente de Deus, de modo que devemos aprendê-la; revela o coração de Deus, de modo que devemos amá-la; e revela a vontade de Deus, de modo que devemos obedecê-la. O ser como um todo – a mente, o coração e a volição — precisa ser controlado pela Palavra de Deus.

A posição de Cristo é fundamental (2.4) – Pedro passa da metáfora do leite para a metáfora da pedra. Faz uma transição de quem somos para o que Cristo é. Somos como recém-nascidos que precisam de leite para crescer, mas Cristo é a pedra fundamental sobre a qual a igreja é edificada. O segredo do crescimento da igreja é nossa comunhão com Cristo. Precisamos nos aproximar dele, pois de Cristo emana todo o poder para uma vida nova. Kistemaker destaca que o ato de aproximar-nos de Jesus é um ato de fé que acontece não apenas uma vez, mas continuamente. Por quê?

Em primeiro lugar, Cristo é a pedra viva. Chegando-vos para ele, a pedra que vive… (2.4a). A expressão “a pedra que vive” parece um paradoxo: uma pedra não tem vida. Nas Escrituras, porém, o termo pedra algumas vezes tem significado figurativo (SI 118.22; Is 8.14; 28.16; M t 21.42; Mc 12.10,11; Lc 20.17; At 4.11; Rm 9.33). O próprio Pedro usou essa imagem quando se dirigiu ao Sinédrio e retratou Jesus Cristo como pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou pedra angular (At 4.11). Jesus não é apenas a pedra que vive, mas é também aquele que dá a vida. Holmer aponta corretamente que Cristo é a pedra viva no sentido de que ele é a vida e ao mesmo tempo vivifica.

Não há vida nem crescimento espiritual à parte de Cristo. Nele somos salvos e nele crescemos. Cristo é a fonte da vida. Cristo foi o eleito de Deus para nos redimir dos nossos pecados e nos fazer sacerdotes para Deus.

A nossa posição em Cristo é orgânica (2.5-8) Pedro faz uma transição de quem Cristo é para quem nós somos nele. Vejamos a descrição que o apóstolo faz da igreja. Cada pessoa que se converte a Cristo e se torna membro da igreja do Deus vivo é uma pedra viva tirada da pedreira da incredulidade e acrescentada ao edifício da igreja.

Deus está chamando aqueles que foram comprados com o sangue do Cordeiro e que procedem de toda tribo, raça, língua e nação, para formarem um povo exclusivamente seu, zeloso, de boas obras.

Em segundo lugar, nós somos casa espiritual. … sois edificados casa espiritual… (2.5b). Somos não apenas pedras vivas, mas também casa espiritual, morada de Deus. Somos templo do Espírito, o Santo dos Santos onde a glória de Deus se manifesta.

Em terceiro lugar, nós somos sacerdócio santo. … para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo (2.5c). Além de pedras vivas e santuário da habitação de Deus, somos sacerdotes santos que oferecem a Deus sacrifícios espirituais.

Calvino expressa essa verdade com exultação: “E uma honra singular o fato de que Deus não apenas nos consagrou como templos para ele, nos quais ele habita e é adorado, mas também nos fez sacerdotes”.

Agora, somos constituídos sacerdotes e temos livre acesso à presença de Deus. Cristo é a ponte que nos reconciliou com Deus e, agora, como sacerdotes, temos livre acesso a Deus.

Não precisamos mais levar ao altar o sangue de animais, pois o Cordeiro imaculado de Deus foi imolado e ofereceu um único, perfeito e irrepetível sacrifício (Hb 9.28). Agora, levamos a Deus sacrifícios espirituais. O que isso significa? Devemos oferecer a ele nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável (Rm 12.1); o louvor dos nossos lábios (Hb 13.15); as boas obras que realizamos em favor dos outros (Hb 13.16). O dinheiro e outros bens materiais que compartilhamos com outros no serviço de Deus também são sacrifícios espirituais (Fp 4.18). Até mesmo as pessoas que ganhamos para Cristo são sacrifícios para a glória do Senhor (Rm 15.16).

Pedro ressalta ainda que todos esses sacrifícios espirituais precisam ser oferecidos a Deus por intermédio de Jesus Cristo. Somos aceitos nele e tudo o que fazemos para Deus precisa ser em seu nome e por seu intermédio. Nosso culto só é agradável a Deus quando relacionado com Cristo e por ele mediado (Hb 4.14-16; 5.1-10; 7.20-28; l Jo 2.1,2).

3- PARA SER O POVO ESPECIAL DO SENHOR(2.9,10)

Em contraste com os descrentes que rejeitaram a Cristo e nele tropeçaram, aqueles que foram escolhidos agora são o povo de Deus. Somos identificados por Pedro como um povo escolhido por Deus para a salvação e também para uma missão especial no mundo. Por isso nesse momento eu lhe convido a olhar para:

a)A NOSSA IDENTIDADE ESPIRITUAL É CLARA (2.9A) -Assim como Deus escolheu Israel dentre as nações para ser seu povo exclusivo, ele escolheu pessoas de todas as nações para formar sua igreja. Somos uma raça escolhida por Deus dentre todos os povos da terra para ser: sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus.

O Senhor não escolheu Israel porque era um grande povo, mas porque o amava (Dt 7.7,8). Assim também, Deus nos escolheu com base em seu amor e em sua graça. Jesus foi categórico: "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros" (Jo 15.16).

Warren Wiersbe observa corretamente que, no tempo do Antigo Testamento, o povo de Deus possuía um sacerdócio, mas agora é um sacerdócio. Todo cristão tem o privilégio de entrar na presença de Deus (Hb 10.19-25).

A grandeza do cristão está no fato de ter sido escolhido (eleito) por Deus, de pertencer a Deus. Porque somos propriedade exclusiva de Deus, temos valor infinito.

b) A NOSSA MISSÃO – A NOSSA MISSÃO NO MUNDO É SUBLIME (2.9B,10) – Depois de descrever os privilégios e atributos da igreja, Pedro fala sobre a missão da igreja. Fomos salvos pela graça para uma sublime missão, não temos escolha se devemos participar ou não, pois fomos comissionados por aquele que nos escolheu. Fomos chamados do mundo para proclamarmos ao mundo uma mensagem imperativa, intransferível e impostergável. Destacamos aqui dois pontos importantes.

Em primeiro lugar, o conteúdo da mensagem. …a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (2.9). A palavra grega aretes, “virtudes”, era um termo amplamente difundido na época e muito importante na concepção ética e religiosa do helenismo.

Estão em vista as grandes obras de Deus na história do seu povo. Esses feitos maravilhosos de Deus tratam da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo como a transformação libertadora do homem e do seu mundo.

Também estão em foco aqui as virtudes de Deus, como poder, glória, sabedoria, graça, misericórdia, amor e santidade. Por meio de sua conduta, os cristãos devem testemunhar que são filhos da luz, e não das trevas (lTs 5.4), pois fomos escolhidos para sermos santos (Ef.1.4,5).

Em segundo lugar, a motivação para a mensagem. Vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia (2.10). Pedro faz aqui um forte contraste entre o passado dos cristãos e o seu presente. O que Deus fez por nós deve ser uma forte motivação para cumprirmos com zelo, fidelidade e urgência a missão que nos confiou. Não éramos povo, mas agora somos seu povo escolhido de Deus.

 Concluo com as palavras de Holmer: “Quem experimentou a intervenção resgatadora de Deus em sua vida não pode silenciar a esse respeito, uma vez que sabe que foi arrancado do âmbito de poder das trevas e transferido para o senhorio libertador do Ressuscitado. Trevas significa distância de Deus, designa o que é diabolicamente mau. O ser humano distante de Deus vive nas trevas e realiza obras das trevas. Deus, porém, chama para fora das trevas – para dentro de sua maravilhosa luz” para um viver diferente em Cristo Jesus pois fomos eleitos para a glória de Deus.

Pr. Eli Vieira

Ele Nos Fez, e Dele Somos

 


Sabei que o Senhor é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio (Salmos 100:3).


Essa é uma verdade absoluta da qual ninguém pode fugir. Nós temos um dono.

Diferente daquilo que possuímos, que na maioria das vezes não fomos nós quem fizemos, apenas compramos ou ganhamos; o que nos torna legítima propriedade de Deus é o fato de ter sido as suas próprias mãos que nos fizeram.

Deus, na sua infinita sabedoria, fez cada um de nós como indivíduos, únicos, sem nenhuma cópia em todo mundo, e assim nos fez Deus com um único propósito: para O adorarmos e gozar da sua doce presença por toda nossa existência; propósito este que é eterno.

Sendo assim, nunca é demais lembrar, que não somos donos nem mesmo do nosso próprio nariz, como muitos alegam ser, porque temos um dono, o Deus que nos criou. Porquanto foi Ele quem nos fez, e dele somos.

Pb. Levi Almeida

Pedro, Um homem Transformado para Servir

    João 21 A queda de Pedro foi muito triste, mas a sua restauração foi maravilhosa, onde podemos ver a graça incomparável do Senhor Jesus ...