Ezequiel 22:30
DWIGHT LYMAN
MOODY (1837-1899) – nasceu em 5 de fevereiro de 1837, o sexto filho de nove,
numa pobre família do Connecticut, EUA. Sua mãe ficou viúva com os filhos ainda
pequenos, o mais velho tinha 12 anos e ela estava grávida de gêmeos quando seu
marido morreu. Sua mãe foi uma crente fiel e soube instruir seus filhos no
Caminho do Senhor.
Então, não muito
depois de casar-se, com a idade de vinte e quatro anos, Moody deixou um bom
emprego com o salário de cinco mil dólares por ano, um salário fabuloso naquele
tempo, para trabalhar todos os dias no serviço de Cristo, sem ter promessa de
receber um único cêntimo. Depois de tomar essa resolução, apressou-se em ir à
firma B. F. Jacobs & Cia., onde, muito comovido, anunciou: – “Já resolvi
empregar todo o meu tempo no serviço de Deus!” -“Como vai manter-se?” – “Ora,
Deus me suprirá de tudo, se Ele quiser que eu continue; e continuarei até ser
obrigado a desistir.”
Certa vez Moody
resolveu, fazer uma visita à Inglaterra. Quando ele Chegou em Londres, antes de
tudo, foi ouvir Spurgeon pregar no Metropolitan Tabernacle. Já tinha lido muito
do que “o príncipe dos pregadores” escrevera, mas ali pôde verificar que a grande
obra não era de Spurgeon, mas de Deus, e saiu de lá com uma outra visão.
Visitou Jorge
Müller e o orfanato em Bristol. Desde aquele tempo a Autobiografia de Müller
exerceu tanta influência sobre ele como já o tinha feito “O Peregrino”, de
Bunyan.
Entretanto,
nessa viagem, o que levou Moody a buscar definitivamente uma experiência mais
profunda com Cristo, foram estas palavras proferidas por um grande ganhador de
almas de Dubim, Henrique Varley: “O mundo ainda não viu o
que Deus fará com, para, e pelo homem inteiramente a Ele entregue.” Moody
disse consigo mesmo: “Ele não disse por um grande homem, nem por um sábio,
nem por um rico, nem por um eloquente, nem por um inteligente, mas
simplesmente por um homem. Eu sou um homem, e cabe ao homem mesmo resolver se
deseja ou não consagrar-se assim. Estou resolvido a fazer todo o possível para
ser esse homem.” (Livro Heróis da Fé)
Assim como
Jeremias (1:2), Zacarias (1:1) e João Batista (Lc 1:5ss), Ezequiel (“Deus
fortalece”) foi chamado por Deus do sacerdócio para servir como profeta. Como
porta-voz de Deus para os exilados judeus na terra da Babilônia, ele os
repreenderia por seus pecados e exporia a idolatria deles, mas também lhes
revelaria a glória futura que o Senhor havia preparado. Ezequiel tinha trinta
anos quando foi chamado (Ez 1:1), a idade em que um sacerdote normalmente
começava o ministério (Nm 4:1-3, 23).Teria sido muito mais fácil para Ezequiel
ter permanecido no sacerdócio, pois os sacerdotes eram tidos em alta
consideração pelos judeus, e um sacerdote podia ler a lei e aprender tudo o que
precisava saber para realizar seu trabalho. Os profetas normalmente eram
desprezados e perseguidos. Recebiam suas mensagens e ordens do Senhor de acordo
com o que a ocasião exigia e nunca sabiam, ao certo, o que aconteceria depois.
Era arriscado ser profeta (Wersbe).
Ele viveu no
exílio na Babilônia, onde profetizou durante 22 anos, no século 6º antes de
Cristo. Ele foi contemporâneo de Jeremias, que pregava aos que tinham ficado na
Palestina. Por essa época também, Daniel começava seu ministério na corte
imperial.
As mensagens dos
primeiros 24 capítulos foram proferidas antes da queda de Jerusalém, como uma
advertência do que poderia acontecer por causa do pecado do povo, pecado que os
levara ao cativeiro.
O profeta mostra
que o povo, mesmo depois de tanta experiência de pecado e sofrimento, ainda não
se purificara diante de Deus (v. 24a). Por esta razão, ainda não experimentara
o consolo (chuva na hora da desolação — v. 24b). Naquela época, Israel estava vivendo
(governantes, sacerdotes e profetas) de conformidade com as próprias leis e não
segundo as leis de Deus.
Por isto, seus
profetas, em lugar de cuidar das almas, devoravam-nas (v. 25) e lhes ofereciam
falsas mensagens como se fossem verdades vindas de Deus (v. 28). Seus
sacerdotes, em lugar de interceder pelo povo, profanavam os santos símbolos de
Deus (v. 26). Seus governantes só pensavam em ficar ricos (v. 27). O povo
desobediente seguia no mesmo caminho, fazendo contra seus irmãos aquilo de que
também era vítima: extorquindo, roubando e praticando toda sorte de injustiça
contra os pobres (v. 29).
O desejo de Deus
e do profeta Ezequiel era que o povo se arrependesse de seus pecados. Para
isto, precisava de uma pessoa, de um homem disposto a reparar o muro
arrebentado e ficar na passagem (brecha) intercedendo pelo povo. Mas Deus não
achou ninguém (v. 30), como vemos também no tempo de Isaías (Isaías 59.16). Por
isto, sobreveio a desolação sobre o povo (v. 31).
Diante de um
cenário tão decepcionante, marcado pela desobediência ao Senhor, Deus levantou
o seu servo para transmitir a sua mensagem, quer Israel ouvisse ou deixasse de
ouvir. Mensagem esta que continua falando ainda hoje, e nos desafiando a
vivermos de forma diferente.
Como no tempo do
profeta Ezequiel, Deus hoje procura homem para se colocar na brecha. Mas qual o
homem que Deus procura para se colocar na brecha?
1-DEUS
NÃO PROCURA UM HOMEM DE GRANDE STATUS SOCIAL*
*Status social é
o prestigio que um indivíduo tem na sociedade, através de sua posição social. O
Status social depende de vários fatores, pode ser desde que a pessoa nasce,
geralmente de famílias ricas, adquirido com o tempo, através de amigos e
relacionamentos, ou através de sua capacidade financeira.
O texto em tela
nos diz que Deus procurou um homem em Judá para colocar-se na brecha. Não diz
que Deus procurou um homem de grande status social. Na época do AT algumas
classes destacavam-se como: os sacerdotes, os reis os profetas, etc.
O profeta
Ezequiel não diz que Deus procurou um homem com grande destaque social, tais
como: um homem rico, um sacerdote, um príncipe ou profeta, etc, mas um homem.
Meus irmãos, o
homem que Deus está procurando hoje não é: um galã de novela da globo, um
milionário desde mundo materialista, um super-crente, um teólogo, um
político, etc.
Deus está
procurando um homem de conformidade com os seus critérios, assim como ele
procurou a Davi: “Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua
aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o
Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos
olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16.7).
Como disse
Wesbie: “O povo que se esquece de Deus torna-se, aos poucos, sua
própria divindade e começa a desobedecer à Palavra de Deus”. Em Jerusalém, o
profeta Jeremias estava acusando o povo desse mesmo pecado” (Jr 3:21).
Não é tão
diferente em nossos dias, o homem tem desobedecido a Deus, e como consequência,
este está se tornando a seu próprio Deus, e assim achando que não precisa de
Deus.
Portanto, como
foi naquele tempo Deus procura um homem para se colocar na brecha em favor da
nossa nação, da nossa igreja ou para ser um reparador de brechas de si mesmo,
pois quantos não crentes e até mesmo crentes, estão cheios de brechas que
precisam ser reparadas.
2-
DEUS PROCURA UM HOMEM ARREPENDIDO ( Ez 18.30-32)
Naquele momento
o povo de Deus, havia se deixado levar pelo pecado, os homens eram:
sanguinários ( Ez. 22.1-9), caluniadores (Ez. 22.9), corruptos (Ez. 22.10-12).
Os sacerdotes eram desobedientes e profanos (Ez.22.26), os príncipes eram como
lobos e corruptos (Ez. 22.27), os profetas eram falsos (Ez. 22.28,29).
O povo de Israel
estava rendido ao pecado, não havia um homem para se colocar na brecha. Israel
se tornara presa fácil, pois havia muitas brechas naquela nação que deveria
viver de forma diferente. Dos versos 26 ao 29 do capítulo 22, podemos ver uma
lista das coisas erradas que os sacerdotes, os príncipes do povo e o próprio
povo de Deus praticavam em total profanação e descaso de Deus e de suas leis
tais como: Sacerdotes violando as leis, profanando coisas santas, não
fazendo diferença entre o santo e o profano, não ensinando a discernir entre o
impuro e o puro, escondendo os seus olhos dos sábados.
Os seus
príncipes estavam no meio do povo sendo como lobos que arrebatam a presa,
derramando sangue e destruindo vidas, adquirindo lucro desonesto.
Os profetas que
eram para ser a boca de Deus, mas estavam fazendo para eles reboco com
argamassa fraca. Os profetas tendo visões falsas, adivinhando-lhes
mentira, dizendo: “Assim diz o Senhor Deus; sem que o Senhor tivesse falado”.
O povo da terra
usando de opressão, roubando e fazendo violência ao pobre, oprimia injustamente
ao necessitado e ao estrangeiro. Foi neste contexto, que o profeta Ezequiel disse: “Procurei entre
eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim e em
favor da terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nem um só”(Ez
22.30).
Para Judá apenas
poderia haver esperança através de um verdadeiro arrependimento, como nos
ensina o Senhor (I Sm. 7.3,4; 2 Cr 7.13,14 e Ez. 18.1ss). Israel precisava se
arrepender dos seus pecados, como o profeta Isaías ao ter uma visão da glória
de Deus, ele pediu perdão (Is 6.1ss). Como Davi ao confessar os seus pecados,
ao pecar contra Bete-Seba (Sl 51). Judá precisava se arrepender e deixar suas
abominações (Ez 20.1ss), mas não deram ouvidos a voz do Senhor.
João Batista
pregou o arrependimento no seu tempo aos filhos de Israel, dizendo:
“ARREPENDEI-VOS… (Mt 3.2), Jesus pregou o arrependimento, dizendo:
“ARREPENDEI-VOS” (Mt. 4.17, Mc 1.15). Pedro pregou o arrependimento (At.2.38)
bem como os demais apóstolos.
Os reformadores
pregaram o arrependimento, conforme podemos ver nas teses de Lutero: 1ª Tese –
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos…. [Mt 4.17], certamente
quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento. O
arrependimento deve ser uma constante, na vida do homem, pois este é pecador.
Só o homem que
reconhece os seus pecados e se arrepende, e pede perdão, pode se colocar na
brecha, e servir verdadeiramente a Deus, pois todos são pecadores e necessitam
da graça de Deus e da misericórdia. Sem uma genuína mudança o homem não pode se
colocar na brecha em favor deste povo.
3-
DEUS PROCURA UM HOMEM OBEDIENTE (Ez 2.1-7; 5.5-7)
O terceiro elemento que podemos destacar é obediência (Ez 3:19). Deus não
enviara o profeta (mensageiro) para seu povo a fim de entretê-los ou de
dar-lhes bons conselhos. Ele espera que o povo obedeça àquilo que ele ordena.
Infelizmente, os judeus tinham um histórico triste de desobediência à lei do
Senhor e de rebelião contra a vontade de Deus. Foi o que fizeram durante
quarenta anos no deserto (Dt 9:7), bem como ao longo de mais de oitocentos anos
em sua própria terra (2 Cr 36:11-21). Nenhuma outra nação foi abençoada por
Deus como Israel, pois os israelitas possuíam a santa lei do Senhor, as
alianças, uma terra rica, o templo, os profetas para lhes dar advertências e
promessas sempre que precisavam delas (Rm 9:1-5).
Deus garantiu a
seu profeta que ele lhe daria tudo o que fosse necessário para resistir à
oposição e desobediência do povo. Em Ezequiel 3:8, encontramos um jogo de
palavras que significa “Deus é forte” ou “Deus fortalece”. Também significa
“Deus endurece”. Se o povo endurecesse o coração e a fronte, Deus endureceria
seu servo e o manteria fiel a sua missão. Ele fez uma promessa semelhante a
Jeremias (Jr 1:17).
Quando Deus
restaurou Israel da mão dos Egípcios “Então lhes disse: cada um lance de si as
abominações de que se agradam os seus olhos, e não vos contamineis com os
ídolos do Egito; eu sou o Senhor vosso Deus (Ez. 20.7). Deus chamou Israel para
ser um povo obediente (Dt. 6.1-25; 10.12-11.1-32). O segredo da existência de
Israel estava em sua obediência a Deus (Dt. 28.1-68; 30.15-20). Mas os filhos
de Israel rebelaram-se contra o Senhor e não obedeceram aos seus mandamentos
(Ez.20.7-8).
Israel precisava
olhar para o exemplo do patriarca Abraão, que ao ouvir o chamado divino não
duvidou, mas se dispôs a obedecer (Gn.12.1-4), e saiu de sua terra do meio da
sua parentela. Quando Deus o pôs a prova Abraão obedeceu (Gn 22.1-22) porque
estava pronto para oferecer o filho em Sacrifício Pela fé Abraão, quando Deus o
pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. “Aquele que havia recebido as
promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe
tivesse dito: “Por meio de Isaque a sua descendência será considerada”. Abraão
levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu
Isaque de volta dentre os mortos Hb. 11.17-19.
Samuel nos
ensina que o obedecer é melhor do que sacrificar “Porém Samuel
disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como
em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o
sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (1 Sm 15.22).
Como o povo de
Israel, muitas pessoas hoje ouvem a Palavra, mas não procuram entendê-la ou, se
entendem, recusam-se a lhe obedecer.
Meus irmãos,
Deus está procurando um homem que esteja disposto a obedecer a sua Palavra,
como Daniel que decidiu não se contaminar com as iguarias de Nabucodonosor: “Daniel,
contudo, decidiu não se tornar impuro com a comida e com o vinho do rei, e
pediu ao chefe dos oficiais permissão para se abster deles”(Dn 1.8) e
a ser jogado na cova dos leões (Dn 6.1-28), isto é, Daniel estava pronto a
morrer não a pecar, assim como também os seus amigos, que estavam prontos a
morrer não a pecar: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: “Ó
Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na
fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos
livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não
prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste
erguer” (Dn 3.16-18).
Não basta ter
boa intenção, é preciso ser obediente, assim como os discípulos de Jesus foram
homens obedientes, depois que receberam o Espírito Santo, diante dos desafios,
das lutas que enfrentaram, eles falaram “…ANTES, IMPORTA OBEDECER A
DEUS DO QUE AOS HOMENS” (At. 5.29). Obediência é o que Deus quer dos
seus filhos que foram chamados, justificados, adotados e santificados por Jesus
Cristo que morreu para nos redimir na cruz do calvário.
Esse é o nosso
desafio como igreja do Senhor hoje, assim como fora o desafio dos nossos irmãos
no passado, pois, estamos vivendo em um mundo depravado, onde somos tentados a
desobedecermos a Deus, mas precisamos seguir o exemplo de Noé, que não se
conformou com a sua geração, mas andou com Deus (Gn 6.1-9).
Portanto, se
queremos ser verdadeiros homens de Deus hoje, precisamos ser obedientes a Ele,
não podemos nos conformar com o mundo, como nos ensina o apóstolo Paulo: “Portanto,
irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se
amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente,
para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus (Rm 12.1,2).
O que o povo
realmente precisava era uma reconstrução espiritual total! Não utilize a
religião como a cal, arrume sua vida ao viver os princípios da Palavra de Deus.
Logo poderá unir-se a outros que estão na “brecha” e fará para Deus diferença no mundo.
3-
DEUS PROCURA UM HOMEM DE ORAÇÃO (INTECESSOR) (Ez 22.30; Dn 6.10 At 2.42)
Ao olharmos para
aquele povo, podemos ver que era um povo decepcionante (vv. 30, 31). Deus
procurou no meio de seu povo uma pessoa em que se colocasse na brecha e que não
permitisse que o inimigo penetrasse os muros e invadisse a cidade, mas não
encontrou ninguém. É claro que o profeta Jeremias estava em Jerusalém, mas era
um homem sem qualquer autoridade, que havia sido rejeitado pelos políticos,
sacerdotes e falsos profetas e pelo povo. O próprio Jeremias percorrera a
cidade à procura de um homem piedoso: Dai voltas às ruas de Jerusalém;
vede agora, procurai saber, buscai pelas suas praças a ver se achais alguém, se
há um homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei a
ela... (Jr 5:1-6), mas sua busca havia sido em vão.
O profeta Isaías
também não teve sucesso nessa empreitada: “Viu que não havia ajudador algum
e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o seu
próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve” (ls
59:16). O Senhor prometeu poupar Sodoma e Gomorra se encontrasse dez homens
justos na cidade (Gn 18:23- 33), e teria poupado Jerusalém por um único justo.
O Senhor continua procurando homens e mulheres que defendam a lei moral de
Deus, que se coloquem na brecha do muro e confrontem o inimigo com a ajuda de
Deus.
Ao ler sobre a
história, encontramos homens e mulheres justos que tiveram a coragem de
resistir aos males comuns de sua época e ousaram mostrar as rachaduras nos
muros e consertá-las. O Senhor está buscando intercessores (Is 59:1-4, 16) que
clamem a ele por misericórdia e pela volta da santidade. Sem dúvida, o Senhor
deve sentir-se decepcionado por seu povo ter tempo para tudo, menos para a
oração intercessora.
Quando Israel
estava caminhando para a terra prometida e desobedecera ao Senhor, Moisés se
colocou na brecha em favor de Israel como nos ensina o salmista “Por isso,
ele ameaçou destruí-los; mas Moisés, seu escolhido, intercedeu diante dele,
para evitar que a sua ira os destruísse”(Salmo 106.23).
A mensagem de
Ezequiel foi para os líderes e para o povo em geral. Ele buscava uma pessoa
entre os líderes e entre o povo. Deus está chamando servos interessados em
consertar os muros derrubados da igreja e em se colocar na brecha. Estar na
brecha é procurar a orientação de Deus, a favor do povo e contra o inimigo que
está entre nós. Deus não tolera o pecado e iniquidade entre nós. Por isto,
exige arrependimento e purificação. Deus nos quer na brecha do muro para
interceder pelo povo, como na belíssima experiência de Neemias: “Porém nós
oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de
noite” (Neemias 4.9).
Nosso empenho como povo de Deus
hoje, deve ser feito com oração. O conserto dos muros é uma obra de nossas mãos
e uma obra das mãos de Deus. Ação e oração são faces de um mesmo
relacionamento. Oração sem ação é preguiça; ação sem oração é pretensão.
O profeta diz que Deus procura pessoas que estejam em pé para interceder pelo
povo. Estar em pé sugere o oposto de descanso. Há muita gente que quer ficar
sentada diante de Deus. Ele quer pessoas que se disponham a ficar em pé. Nada,
portanto, de descanso (Is 62.6-7). Estar em pé sugere também persistência. Não
há outro modo de se fazer a obra de Deus.
Portanto, pare e
pense! Estar na brecha é estar diante de Deus.
A vida cristã é uma jornada que se faz com os olhos fitos em Deus. Neste
sentido, não tem a ver com religião institucional. É algo interior. É uma
disposição de vida. Deus não é apenas o futuro para onde se caminha. É o
presente que nos leva para o futuro.
Estar na brecha é estar na companhia de Deus; anelar por ela; ter prazer nela.
Quem ora tem comunhão Deus, tem prazer em está em sua presença. Como alguém
disse: “Orar é ter prazer em Deus. Quem não ora, tem prazer em outras
coisas”.
Oh irmãos! Se, é
verdade que “o pecado nos leva para longe da oração, também é verdade
que a oração nos mantém longe do pecado”. Temos pensado muito em
oração, isto é, como palavras, e pouco em oração como convívio com Deus, como
comunhão com Deus. Quando Paulo nos pede para orar sem cessar (1Tesalonicenses
5.17), não pode estar pedindo oração-palavra, mas oração-vida. Quando vivemos
na presença de Deus, buscamos depender dele (que não é fácil, embora o seja no
discurso).
Às vezes temos
dificuldade em obter a bênção de Deus, não porque Deus queira reter sua bênção,
mas porque não estamos preparados para recebê-la. Nosso preparo não é técnico
(porque a técnica tem a ver com palavras e um, certo tipo de magia), mas
espiritual. Nosso preparo é tão somente confessar os nossos pecados,
humilharmo-nos perante ele, arrependermo-nos obedecermos e orar. São estas as
únicas condições que Deus nos impõe (2 Cr 7.14).
Ilustração: Conta-se
que uma mulher procurou um pastor e falou de sua preocupação porque seu marido
não era crente.
A mulher pediu
então que o pastor orasse por seu marido. Ao que o líder respondeu: — Eu
me comprometo a orar uma hora por dia por seu marido, se a senhora também se
dispuser a orar uma hora por dia por ele.
A mulher
respondeu que isto não era possível e saiu do gabinete do pastor, para nunca
mais voltar.
A intercessão
tem um preço. O caminho da cruz tem três estágios: salvação, santificação e
intercessão. Através da intercessão nos movemos em direção aos outros. Por ela
nos tornamos canais pelos quais Deus abençoa o mundo.
A necessidade de
um intercessor, hoje assim como nos ensina as escrituras: “Sobre os teus muros,
ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós
os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a Ele descanso até
que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (Isaías
62:6). “Olhei, e não havia quem me ajudasse, e admirei-me de não haver quem me
sustivesse; pelo que meu próprio braço me trouxe a salvação…” (Isaías
63:5).
“Já não há
ninguém que invoque o teu nome, que se desperte, e te detenha…” (Isaías 64:7).
A intercessão de
um homem só, pode afetar e mudar uma nação! Olhe para o exemplo do pai do
presbiterianismo John Knox que orava clamando “Oh Deus dá-me a Escócia,
se não, eu morro”, e Deus ouviu as suas orações.
“E busquei
dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim
por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei. Por isso
eu derramei sobre eles a minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi;
fiz que o seu caminho lhes recaísse sobre a cabeça, diz o Senhor
Deus.” (Ezequiel 22:30-31)
“No princípio de
tuas súplicas, a resposta foi dada, e eu vim para declará-la para ti; porque es
muito estimado…” (Daniel 9:23)
“… Porque, desde
o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante
o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é
que eu vim.” (Daniel 10:12).
Portanto, está
na brecha, não significa só olhar para o povo de Israel no passado e julgá-los,
pois, como é fácil para nós hoje em dia julgar o povo de Deus da antiguidade,
mas e quanto ao povo de Deus da atualidade?
Na atualidade
muitos estão se deixando levar pelo pecado e acham normal. Os pecados sexuais
nas igrejas e nos lares que se dizem cristãos destruíram igrejas e famílias e,
em nossos dias, muitas igrejas fazem vista grossa a essas transgressões. A
pornografia – impressa, em vídeo ou na Internet – é comum hoje em dia e está se
tornando cada vez mais ousada na televisão. Casos de pessoas solteiras morando
juntas, num “período de experiência” antes de casar; “casamentos gays” e até
“troca de parceiros” têm aparecido nas igrejas, e quando pastores fiéis tentam
tratar desses pecados, acabam ouvindo que não devem se intrometer nos assuntos
particulares delas. Não só são estes pecados, mas há corrupção, culto à
personalidade, falsos profetas, falsos crentes, pastores profanando a obra do
Senhor, etc. Meus queridos como disse Ruth Bell Graham: “Se Deus não julgar
a América, terá de pedir perdão a Sodoma e Gomorra”.
“Nosso mundo de
hoje vive perdido em ilusões e mitos, pois, como os judeus do tempo de
Ezequiel, não aceita a autoridade da Palavra de Deus. As pessoas ainda
acreditam que as coisas podem ser resolvidas pela força, que o dinheiro é a
medida e o valor do sucesso e que o objetivo da vida é se divertir e fazer o
que bem desejarmos. Acham que é possível acreditar no que quiserem a respeito
de Deus, de si mesmos e dos outros e que tudo acabará bem, pois nada
acontecerá. Um dia, porém, Deus mostrará a estupidez dessas ilusões, e nosso
mundo descobrirá, tarde demais, que aquilo em que cremos e a maneira como nos
comportamos têm consequências” (Comentário de Wersbe).
Estar na brecha
é ser um guarda dos muros, dos próprios muros e dos muros da igreja. No Antigo
Testamento, as cidades eram cercadas por muros. Sobre eles, nas esquinas e
pontos estratégicos de visão, ficavam os guardas, os primeiros encarregados da
sua proteção. Eles ficavam de prontidão durante três horas. Depois, descansavam
durante três horas e voltavam ao trabalho, num revezamento que durava o dia
inteiro. Era um trabalho necessário, mas duro. Exige disciplina e treinamento,
vigilância e paciência. A igreja precisa de pessoas com esta disposição.
Deus procura um
homem para se colocar na brecha. Estar na brecha é viver em comunhão com Deus,
como Enoque viveu, não se trata de algum tipo de misticismo vago, de uma
espécie de união entre nosso espírito e o de Deus. Trata-se, antes, de nos
deixarmos orientar por ele na vida toda, e não apenas naquelas coisas que a
gente imagina que Deus esteja interessado.
Meu querido irmão, não fale eu sou tão pequeno para me colocar na brecha, se você já confessou e se arrependeu dos seus pecados e se entregou ao Senhor, Deus te chama para viver uma nova vida para honra e glória dele.
Pr. Eli Vieira
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