sábado, 30 de março de 2024

O SEPULTAMENTO DE JESUS

 



João 19.38-42


Cecil Rhodes dedicou a vida à expansão britânica na África do Sul e também a acumular uma fortuna em diamantes. Morreu antes de completar 50 anos de idade, e suas últimas palavras foram: "Tão pouco foi feito; há tanto por fazer".

 "Eu te glorifiquei na terra", disse Jesus a seu Pai, "consumando a obra que me confiaste para fazer" (Jo 17:4). Seria maravilhoso se todos nós pudéssemos fazer um relatório como esse no final de nossa jornada nesta vida. Saber que concluímos a obra que Deus nos confiou e que glorificamos seu nome certamente nos levaria a olhar para trás com gratidão e a olhar para frente com ânimo e esperança.

 Destacamos aqui quatro pontos a respeito do sepultamento.

 Em primeiro lugar, o pedido de José de Arimateia (19.38). Mateus nos dá três informações sobre esse homem: ele era de Arimateia, cidade dos judeus, rico e discípulo de Jesus (Mt 27.37). Marcos nos dá duas informações novas sobre ele: era um ilustre membro do Sinédrio e esperava o reino de Deus (Mc 15.43). Lucas nos oferece, também, duas informações novas: era homem bom e justo; e não tinha concordado com o desígnio e ação dos outros membros do Sinédrio acerca do processo e condenação de Jesus (Lc 23.50,51). João, porém, nos dá uma informação extra. Diz que ele não teve coragem para assumir seu posicionamento acerca de Cristo publicamente, com medo de retaliação (19.38). Esse homem é quem vai a Pilatos reivindicar o corpo de Jesus para ser sepultado.

 Pela lei romana, os condenados à morte perdiam o direito à propriedade e até mesmo o direito de serem

enterrados. Frequentemente, o corpo dos acusados de traição permanecia apodrecendo na cruz. E digno de nota que nenhum parente ou discípulo tenha reivindicado o corpo de Jesus.

 José de Arimateia empregou a palavra grega soma para pedir o corpo de Jesus. Pilatos o cedeu, usando a palavra grega ptoma. A primeira palavra fala acerca da personalidade total, fato que implica o cuidado e o amor de José de Arimateia. A palavra usada por Pilatos dá ao corpo apenas o significado de cadáver ou carcaça. Essas diferentes palavras representam diferentes atitudes acerca da vida e da morte.16

 John Charles Ryle diz que outros tinham honrado e confessado nosso Senhor quando o viram fazendo milagres, mas José o honrou e confessou ser seu discípulo quando o viu frio, ensanguentado e morto. Outros tinham demonstrado amor a Jesus enquanto ele estava falando e vivendo, mas José de Arimateia demonstrou amor quando ele estava silencioso e morto.

 

Em segundo lugar, a cooperação de Nicodemos (19.39, 40). Nicodemos era fariseu, um dos principais dos judeus (3.1) e mestre em Israel (3.10). Foi ter com Jesus de noite e provavelmente se tornou, à semelhança de José de Arimateia, um discípulo oculto de Jesus. Charles Erdman destaca que esses dois homens, José de Arimateia e Nicodemos, não tiveram a coragem de assumir suas convicções e deixaram de dar seu apoio e estímulo ao mestre quando vivo; agora aparecem para lhe prestar a última homenagem depois de morto. Trata-se de duas autoridades, homens de posição social e prestígio: José de Arimateia deposita o corpo de Jesus em túmulo novo, de sua propriedade; e Nicodemos envolve-o numa profusão de 43 quilos de ricas especiarias.17 Nicodemos, que começou confuso no meio da noite (3.1-15), terminou confessando sua fé abertamente em plena luz do dia (19.39,40).18

 Em terceiro lugar, o jardim (19.41). Próximo ao monte da Caveira onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e ali, em um sepulcro novo, depositaram o corpo de Jesus.

 Em quarto lugar, o sepultamento (19.42). Jesus foi sepultado nesse túmulo novo, cavado na rocha, perto do Gólgota. O sepultamento é a evidência de sua morte, e a ressurreição é a prova de sua vitória sobre a sepultura.

Adapt.


O Sábado do Silêncio

Devocional Semear

 E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. Lucas 23:54


Não sei se você já percebeu, mas nenhum dos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas ou João) fazem qualquer menção do que aconteceu no dia seguinte à morte de Jesus.

É um sábado de pleno silêncio, onde parece que por um espaço de tempo as cortinas da história se fecharam sem qualquer informação do que se passou naquele dia, nem na terra nem no céu.

A sexta-feira era o dia da preparação dos judeus, onde eles se organizavam de tal forma que nada fosse feito no sábado, senão as suas obrigações religiosas. Logo, é fácil concluir que naquele sábado toda Jerusalém estava cumprindo o shabbat.

Mas, e nos céus? 

Bem, as Escrituras também nada cita sobre o que aconteceu no céu naquele sábado, mas fico a imaginar a festa que já estava sendo preparada para quando rompesse o domingo.

Pb. Levi Almeida

sexta-feira, 29 de março de 2024

O PODER DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

 


João 20:19-31

A notícia de que Jesus estava vivo come­çou a espalhar-se entre seus seguidores, primeiro timidamente, depois com entusiasmo. Nem mesmo seus discípulos creram nos relatos, e Tomé exigiu provas. Mas em todo lugar onde as pessoas eram confrontadas com a realidade da ressurreição de Cristo, sua vida era transformada. Na verdade, essa mesma experiência transformadora encontra-se a nossa disposição hoje.

Ao ler em João 20:19-31 as mudanças ocorridas na vida dessas pessoas, convém perguntar: "Tive um encontro pessoal com o Cristo ressurreto? Ele já transformou minha vida?"

 

1. DO MEDO À CORAGEM (Jo 20:19-25)

Jesus descansou no túmulo durante o sábado e ressuscitou dos mortos no primeiro dia da semana. O sétimo dia da semana, o shabbath, comemora a obra consumada de Deus na criação (Gn 2:1-3). O Dia do Senhor comemora a obra consumada de Cristo na "nova criação". Deus Pai trabalhou durante seis dias e, depois, descansou. Deus o Filho sofreu na cruz durante seis horas e, depois, descansou.

De que maneira Jesus transformou o medo dos discípulos em coragem? Indo ter com eles. Não sabemos onde esses homens assustados estavam reunidos atrás de portas fechadas, mas Jesus encontrou-os e tranquilizou-os. Em seu corpo ressurreto, era capaz de entrar em um cômodo sem sequer abrir as portas! Era um corpo sólido, pois Jesus pediu que o tocassem e até comeu junto com eles (Lc 24:41-43). Mas era um tipo diferente de corpo, não sujeito ao que chamamos de "(eis da natureza".

A essa altura, os temores dos discípulos haviam se dissipado. Não tinham dúvidas de que seu Senhor estava vivo e de que estava cuidando deles. Tinham "paz com Deus" e também "a paz de Deus" (Fp 4:6, 7). Receberam uma comissão sublime e sagrada bem como o poder para cumpri-la. Foi-lhes dado o enorme privilégio de fazer as boas novas de perdão ao mundo todo. Tudo o que lhes restava fazer era esperar em Jerusalém até que também lhes fosse dado o Espírito Santo.

 

2. DA INCREDULIDADE À CONVICÇÃO (Jo 20:26-28)

Por que Tomé não estava com os outros discípulos quando se reuniram no final do dia da ressurreição? Sentia-se tão decepcionado que não quis se encontrar com seus amigos? Quando estamos desanimados e derrotados, precisamos ainda mais dos amigos! A solidão só alimenta o desânimo e, o que é ainda pior, leva-nos a sentir pena de nós mesmos.

Em que Tomé se recusou a crer? Nos relatos de outros cristãos de que Jesus Cristo estava vivo. O verbo "dizer", em João 20:25, significa que os discípulos "disseram-lhe repetidamente" que haviam visto o Senhor Jesus Cristo vivo. Sem dúvida, as mulheres e os discípulos a caminho de Emaús também deram seu testemunho. Por um lado, admiramos o desejo de Tomé de ter uma experiência pessoal, mas por outro, devemos reconhecer seu erro ao impor condições para Jesus cumprir.

Para nós, é um grande estímulo saber que Deus se interessou pessoalmente e se preocupou com o "Tomé incrédulo". Mostrou o desejo de fortalecer a fé de Tomé e de incluí-lo nas bênçãos reservadas aos seguidores de Cristo. Tomé serve para nos lembrar de que a incredulidade priva-nos de bênçãos e de oportunidades.


3. DA MORTE À VIDA (Jo 20:29-31)

João não seria capaz de terminar seu livro sem transpor o milagre da ressurreição para a realidade de seus leitores. Não devemos invejar Tomé e os demais discípulos como se não pudéssemos experimentar o poder da ressurreição de Cristo em nossa vida hoje. Foi justamente por isso que João escreveu este Evangelho - para que as pessoas de todas as eras soubessem que Jesus é Deus e que a fé em Cristo traz vida eterna.

Não é necessário "ver" Jesus Cristo para crer. Sem dúvida, foi uma bênção aos primeiros cristãos ver seu Senhor e saber que estava vivo, mas não foi isso o que os salvou. Não foram salvos por ver, mas por crer. A vida é concedida "em seu nome". O que é o seu nome? No Evangelho de João, a ênfase é sobre sua designação "Eu Sou". Jesus faz sete grandes declarações de "Eu Sou" neste Evangelho, oferecendo ao pecador tudo de que ele precisa.

Se ainda não tomou essa decisão, faça-o agora. "Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (Jo 3:36).

Pr. EVF.


Que Farei de Jesus, chamado Cristo?

Devocional Semear 

 Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos.  Mateus 27:22

Estava nas mãos de Pilatos o decidir sobre o destino de Jesus e Barrabás.

Sobre Barrabás pesa a acusação de ser ele um malfeitor, um desordeiro, um delinquente não só já conhecido pelos judeus como também pelas autoridades romanas, por isso ele estava preso.

Já sobre Jesus, a acusação é: Ele se diz ser o filho de Deus.

A própria pergunta de Pilatos já era mais que suficiente para que ele legislasse justamente, pois na sua pergunta já existe a resposta do seu dilema. Que Farei de Jesus, chamado CRISTO? Ou seja, que farei do ungido, do Messias, do prometido de Deus?.

E frente a uma decisão que parecia tão óbvia e fácil de se tomar, ainda assim Pilatos e a multidão optou por crucificar ao Cristo e continuar na companhia de Barrabás.

E você! Que tem feito de Jesus, chamado Cristo?


Pb. Levi Almeida

quinta-feira, 28 de março de 2024

A ÚLTIMA CEIA

 

Devocional Semear

E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento. 
Lucas 22:15

Existia uma razão pela qual Jesus desejou participar ardentemente com os discípulos daquela que seria a sua última ceia na terra, mesmo sabendo que aquilo que lhes aguardava posteriormente era angústia e sofrimento.

Mesmo diante da realidade da agonia da cruz, Cristo não se eximiu de participar da concretização do plano da nossa salvação, o qual estava por acontecer, e tão somente por meio de Cristo, a nossa aliança com o Pai seria restaurada. 

Aquela última ceia na companhia de seus discípulos se tornou tão importante para Jesus, porque ela era o prenúncio de algo muito mais poderoso que irá acontecer na vida de todos quantos amam ao Senhor Jesus; e ele nos revelou dizendo: "Porque agora vos digo que não comerei outra vez em vossa companhia até que ela seja realizada no reino de Deus". (Lucas 22:16).

Pb. Levi Almeida


A Batalha é do Senhor

Série Pequenos Grupos

Texto: II Crônicas 20:12-15


Quebra-Gelo: Você gosta da natureza? Qual lugar você mais gosta, campo ou praia?

Resumo: Durante este estudo, falaremos a respeito de estarmos em posição de batalha. Aprenderemos a ter as posturas certas para que o Senhor possa assumir o controle de todas as coisas e nos trazer a vitória.


Introdução: Não temos a mínima condição contra algumas situações em nossa vida, mas Deus sempre tem todo poder necessário e Ele pode e quer lutar por nós. Diante da postura do rei Jeosafá, podemos aprender quais são as posturas de alguém que entende que a batalha é do Senhor.


I – Buscar a Deus como primeira atitude. Perceba que assim que o rei foi avisado a respeito da grande batalha que estava se levantando, a sua primeira atitude foi a de buscar ao Senhor e orientar a todos a fazer o mesmo. Muitas vezes, diante das dificuldades, a nossa primeira atitude é tentar lutar, tentar usar as armas que temos, mas a verdade é que somos limitados e agindo assim, corremos sérios riscos. Assim que você perceber que uma luta está se levantando contra a sua vida, tenha como primeira atitude buscar a Deus. Apresente diante do Senhor dos exércitos, a luta que você está enfrentando. Pergunta: Por que muitas vezes queremos lutar com nossas próprias armas?


II – Reconhecer nossa limitação. O rei Jeosafá reconhece: em nós não há forças perante esta grande multidão que vem contra nós e não sabemos o que fazer. Ele reconhece a sua limitação, ele sabe que esta é uma guerra que ele tem grandes chances de perder. Infelizmente, nós confiamos muito em nós mesmos, naquilo que podemos fazer, na nossa força, na nossa inteligência e perspicácia. Mas a verdade é que somos limitados e precisamos reconhecer que algumas coisas fogem do nosso potencial. Quando reconhecemos nossa limitação, apenas estamos entregando a batalha a quem realmente pode lutar ela e nos entregar a vitória. Reconheça sua limitação e veja a vitória chegar. Pergunta: Por que é preciso reconhecer nossa limitação?


III – Colocar os olhos em Deus.* Olhar para as circunstâncias pode ser amedrontador. O pânico tende a tomar conta do nosso coração no momento em que começamos a olhar para as coisas à nossa volta e dar a elas um valor que muitas vezes elas não têm. O rei Jeosafá e com ele todo o povo, decidiram não olhar para o grande exército que estava vindo contra eles e para as coisas que eles poderiam fazer, mas decidiram colocar os seus olhos em Deus. Quando colocamos os olhos em Deus, podemos visualizar a vitória, podemos ver a força e o poder do nosso Deus. Decida hoje não olhar para os problemas e lutas, não olhar para os decretos que as batalhas trazem com elas, mas decida colocar os seus olhos em Deus para que você possa ver a vitória. Pergunta: Por que importante olharmos somente para o Senhor?


Conclusão: Não há batalha que seja maior que o nosso Deus. Não pense que Deus fica somente lá de cima nos assistindo passar pelas lutas. Ele se preocupa verdadeiramente conosco.

Desafio: Vamos entrar na batalha espiritual pelas almas, esta semana vamos orar por pessoas que queremos em nosso pequeno grupo e consequentemente em nossa igreja.


Estudo adapt. pelo Pr. Egenildo


AS LIÇÕES DE JESUS NO GESTSÊMANI

 


Lucas 22.39-46

Nas palavras de George Morrison: “Toda vida tem seu Getsêmani e todo Getsêmani tem seu anjo”. Que grande estímulo ao povo de Deus, quando está em lutas e em oração por decisões difíceis, pelas quais se deve pagar um alto preço!

A  agonia do Senhor Jesus no Jardim do Getsêmani contém elementos que os mais sábios expositores não puderam expor plenamente. Ninguém jamais passou pelo que Jesus experimentou no Getsêmani. Seu sacrifício vicário, em completa obediência à vontade do Pai, era o único tipo de morte que poderia salvar os pecadores. O inferno, como ele é, veio até Jesus no Getsêmani e no Gólgota, e o Senhor desceu até ele, experimentando todos os seus horrores. Moisés Ribeiro diz: “que aquela era a batalha decisiva de Jesus”.

O evangelista João nos informa que Jesus saiu do cenáculo para o jardim (Jo 18.1). Não foi uma saída de fuga, mas de enfrentamento. Ele não saiu para esconder-se, mas para preparar-se. Ele não saiu para distanciar-se da cruz, mas para caminhar em sua direção.

Jesus sabia que a hora agendada na eternidade havia chegado (Mc 14.35). Não havia improvisação nem surpresa. Para esse fim, ele havia vindo ao mundo. Sua morte estava determinada desde a fundação do mundo (Ap 13.8).

No decreto eterno, no conselho da redenção, o Pai o entregou para morrer no lugar dos pecadores (Jo 3.16; Rm 5.8; 8.32), e ele mesmo, voluntariamente, dispôs-se a morrer (G1 2.20).

Vamos destacar as lições centrais desse drama doloroso de Jesus no Getsêmani.

1- JESUS NOS ENSINA A ENFRENTAR AS AFLIÇÕES DA VIDA DE JOELHO (22.39,40, 41)

Jesus buscou esse lugar de oração não apenas na hora da agonia. Lucas nos informa que este lugar secreto de oração era caro para Jesus. Ir a esse lugar de oração era o seu costume (22.39). Porque Judas conhecia o hábito de Jesus de ir ao Getsêmani à noite, dispôs-se a liderar a turba para prendê-lo nesse jardim.2 Lucas, diferentemente dos

A oração triunfante (26.36,39,42,44) – Nas Palavras do pastor Hernandes Dias Lopes, “no Getsêmani, Jesus orou humildemente, agonicamente, perseverantemente e triunfantemente. O tempo todo é Jesus quem vigia, quem ora e, também, por isso, quem é preservado. Por causa da sua condição de testemunhas é que os discípulos deveriam ficar com ele, orando por si mesmos (26.41)”.

Mounce é oportuno quando escreve: “No mais cruento e importante conflito da existência humana, Jesus demonstrou a vitória do espírito sobre a carne, enquanto seus discípulos demonstraram a vitória da carne sobre o espírito”.8

Jesus não apenas orou no Getsêmani, mas também ordenou que os discípulos orassem e apontou a vigilância e a oração como um modo de escapar da tentação (26.41). Consideremos a seguir alguns aspectos especiais dessa oração de Jesus.

Neste momento quando olhamos para jesus no Jardim do Getsmani, contemplamos o filho de Deus de joelhos (26.39). O Verbo eterno, o criador do universo, o Sustentador da vida, está de joelhos, com o rosto em terra, prostrado em humílima posição. Jesus se esvaziou, descendo do céu à terra. Agora, aquele que sempre esteve em glória com o Pai está de joelhos, prostrado, angustiado, orando com forte clamor e lágrimas.

2- JESUS NOS ENSINA A SERMOS OBEDIENTE AO PAI (22.41,42)

Jesus orou: Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres (26.39). Lucas registra assim: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua (Lc 22.42). Tanto a “hora” como o “cálice” se referem à mesma coisa: o derramar da ira de Deus! E a entrega do filho do homem nas mãos dos pecadores, à mercê da ação deles.

Aquele que estava ligado a Deus como nenhum outro haveria de tornar-se alguém abandonado por Deus como nenhum outro.

“Samuel, porém, respondeu: “Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros”.(1 Samuel 15:22)

 O “seja feita a minha vontade, e não a tua” levou o primeiro Adão a cair. Mas “o seja feita a tua vontade, e não a minha” abriu a porta de salvação para os pecadores.

Jesus não apenas teve de sofrer, mas no fim também quis sofrer. Sua cruz foi, a cada momento, apesar das lutas imensas, sua própria ação e seu caminho trilhado conscientemente (Jo 10.18; 17.19). Ele foi entregue, mas também entregou a si mesmo (G1 1.4; 2.20).

No Getsêmani podemos ver a perseverança. Jesus orou três vezes, sempre focando o mesmo aspecto. Ele suou gotas como de sangue não para fugir da vontade de Deus, mas para fazer a vontade de Deus. Oração não é buscar que a vontade do homem seja feita no céu, mas desejar que a vontade de Deus seja feita na terra. O evangelista Lucas esclarece que a persistência de Jesus era dupla: ele orou não apenas três vezes, mas mais intensamente (Lc 22.44).

Neste momento de oração de Jesus, ele  foi marcado pela agonia. Jesus não apenas foi tomado de pavor e angústia (26.37), não apenas disse que sua alma estava profundamente triste até a morte (26.38), mas o evangelista Lucas registra: E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que 0 seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra (Lc 22.44).

 3-JESUS NOS ENSINA, QUE HÁ CONSOLAÇÃO RESTAURADORA PARA AQUELES QUE SE SUBMETEM AO PAI

0 triunfo da oração (26.45,46). Depois de orar três vezes e mais intensamente pelo mesmo assunto, Jesus se apropriou da vitória. Ele encontrou paz para o seu coração e estava pronto a enfrentar a prisão, os açoites, o escárnio, a morte.

Marcos registra o que Jesus disse a seus discípulos: Basta! Chegou a hora (Mc 14.41). Jesus se levantou não para fugir, mas para ir ao encontro da turba (Jo 18.4-8). Ele estava preparado para o confronto. Jesus não mais falará de seu sofrimento. A preparação para o sofrimento e a morte de Jesus está concluída; a paixão começa.

Nesse momento, as mãos de Deus se retiram, e os pecadores põem as mãos nele (26.57; Mc 14.46). Spurgeon, nessa mesma linha de pensamento, escreve: “O esmagamento na prensa de azeite estava acabado. A longa espera pela hora da traição terminou; e Jesus se levantou calmamente, divinamente fortalecido para passar pelas terríveis provações que ainda esperavam por ele antes que cumprisse plenamente a redenção do seu povo eleito”.

 Os discípulos de Jesus não oraram nem vigiaram, por isso dormiram. Os seus olhos estavam pesados de sono, porque o seu coração estava vazio de oração. Porque não oraram, caíram em tentação e fugiram (26.56). Sem oração, a tristeza nos domina (Lc 22.45). Sem oração, agimos na força da carne (Jo 18.10). Pedro, aquele que acabara de se apresentar para o martírio, não possui nem mesmo a força de manter os olhos abertos. A queda de Pedro passou por vários degraus: a justiça própria, o sono, a fuga e a negação.

            Jesus entrou cheio de pavor e angustiado no jardim de Getsêmani e saiu consolado. Sua oração tríplice e insistente trouxe-lhe paz depois da grande tempestade. Ele se dirigiu ao Pai, clamando: Aba, Pai (Mc 14.36). Lucas menciona o suor de gotas como de sangue e também a consolação angelical (Lc 22.43).

Jesus se levanta da oração sem pavor, sem tristeza, sem angústia.

A partir de agora, ele caminha para a cruz como um rei caminha para a coroação. Ele triunfou de joelhos no Getsêmani e está pronto a enfrentar os inimigos e a morrer vicariamente na cruz por seus eleitos para glória do Pai.

Diante do exposto, eu e você somos desafiados a seguir o exemplo de Jesus diante das aflições que muitas vezes chegam até nós. Jesus buscou o Pai de Joelhos, se submeteu a sua vontade e foi consolado e fortalecido, pois importa obedecer a Deus do que aos homens. Você está disposto a obedecer a Deus hoje? Só em obediência ao Pai poderemos enfrentar os nossos inimigos e triunfar sobre a morte. Jesus morreu por mim e por ti para sermos mais que vencedores. Na cruz podemos ver a morte, da morte, na morte de Cristo.

Pr. Eli Vieira

quarta-feira, 27 de março de 2024

Pessoas casadas têm maior bem-estar do que solteiros e divorciados, mostra pesquisa.

O estudo da Gallup concluiu que, nos últimos 15 anos, os casados tiveram maior probabilidade de terem seu nível de felicidade aumentado.

Pessoas casadas possuem taxas maiores de bem-estar do que adultos solteiros, divorciados ou casais que apenas moram juntos, revelou a nova pesquisa da Gallup.

O relatório, divulgado na na última sexta-feira (22), mostrou os resultados do estudo sobre bem-estar, realizado entre 2009 a 2023, nos Estados Unidos.

A pesquisa perguntou aos entrevistados como avaliavam suas vidas atuais e futuras, em uma escala de zero a dez. 

Aqueles que responderam com uma nota 7 ou mais foram classificados como “prósperos”. E os que deram notas mais baixas foram classificados como “lutando” ou “sofrendo”.

61% dos entrevistados casados afirmaram que estão felizes com suas vidas, enquanto apenas 45% dos entrevistados que nunca se casaram responderam o mesmo.

O estudo ainda mostrou que as pessoas casadas possuem maior bem-estar do que as divorciadas ou casais que moram juntos sem estarem casados.

O relatório da Gallup concluiu que, nos últimos 15 anos, os casados, ​​com idades entre os 25 e os 50 anos, têm uma maior probabilidade de ter seu bem-estar aumentado.

A maior satisfação dos casados ​​em relação aos solteiros foram notados em homens e mulheres em todos os grupos raciais/étnicos, e não é explicada por outras características demográficas – como idade, raça/etnia ou educação.

Relacionamento com os filhos

Os pesquisadores ainda descobriram que pessoas casadas legalmente possuem maior proximidade com os filhos.

83% dos casados afirmaram ter uma relação “forte e amorosa” com os filhos entre 3 e 19 anos, em comparação com 68% dos casais que moram juntos e 61% dos que namoram.

“Os pais casados ​​são significativamente menos propensos do que os pais divorciados ou nunca casados ​​a relatar que seu filho está frequentemente fora de controle”, afirmou a pesquisa.

Conforme os pesquisadores, as pessoas casadas tendem a experimentar maior bem-estar porque o relacionamento romântico tem mais qualidade dentro do matrimônio.

O estudo também apontou a fé como um fator para a felicidade dos casados. “As pessoas casadas também têm maior probabilidade de praticar uma religião, e a prática religiosa também está positivamente correlacionada com o bem-estar subjetivo”, destacou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE GALLUP

JESUS FAZ MARAVILHAS


     Os evangelhos relatam os diversos milagres operados por Jesus, numa clara demonstração de sua divindade. Aqui, destacaremos três desses milagres:

            Em primeiro lugar, Jesus cura uma mulher que só olhava para baixo (Lc 13.12). Há muitas pessoas encurvadas na estrada da vida. Andam olhando para o chão, oprimidas, cansadas, com um imenso peso nas costas. Estão aflitas, esmagadas debaixo de um fardo cruel, com a esperança morta. Jesus ensinava numa sinagoga, quando chegou ali uma mulher com um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos. Ela andava encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se. Quando Jesus a viu, chamou-a e disse-lhe: “Mulher, estás livre da tua enfermidade”. Jesus impôs as mãos sobre ela e imediatamente ela se endireitou e dava glória a Deus. Esta mulher estava corcunda sem poder olhar para o céu havia muito tempo. Aquela mulher era vítima de uma humilhação pública. O maligno envergara sua coluna e colocara um grande peso sobre suas costas. Sua enfermidade era crônica e nenhum remédio natural ou intervenção cirúrgica poderia trazer-lhe cura. Jesus libertou-a, curou-a, restaurou-a e ela passou a viver para a glória de Deus. Talvez você, também, tem andado encurvado por muitos anos. Pecados, angústias, temores, perturbações emocionais, vícios escravizam você. Talvez você tenha sido oprimido por espíritos malignos e vive sem paz como um prisioneiro. Jesus pode também libertar você, curar você e dar a você vida abundante. Não ande mais encurvado!

            Em segundo lugar, Jesus cura um homem que só andava carregado (Mc 2.11). Jesus acabara de chegar a Cafarnaum e uma multidão se ajuntou para ouvi-lo. Na casa onde Jesus estava não havia mais espaço. Ninguém arredava o pé. Na cidade havia um paralítico precisando de um milagre. Quatro amigos saem carregando esse coxo rua a fora. Chegam à casa onde Jesus estava, mas a multidão não abre caminho. Determinados a ajudar o paralítico, sobem com o aleijado para o telhado e descem o leito onde Jesus estava. Vendo-lhes a fé, disse Jesus ao paralítico: “Filho os teus pecados estão perdoados”. Os escribas pensaram: Jesus blasfema, pois só Deus tem poder para perdoar pecados. Eles estavam certos em sua teologia. Só Deus pode perdoar pecados. Mas, também, eles estavam errados em não reconhecer que Jesus era o Filho de Deus. Jesus prova sua divindade e sua autoridade para perdoar pecados, ordenando ao paralítico: “Levanta-te, toma teu leito e vai para tua casa”. Imediatamente, o homem se viu curado, levantou-se e saiu à vista de todos. Esse homem foi cativo e voltou liberto, foi carregado e voltou carregando, foi buscar uma bênção e voltou trazendo duas. Além de receber a cura física, recebeu o perdão de seus pecados e a salvação da sua vida. Jesus também pode perdoar os seus pecados, restaurar sua saúde e lhe dar a vida eterna.

            Em terceiro lugar, Jesus cura um homem que estava conformado com seu sofrimento (Jo 5.6). Jerusalém estavam em festa e Jesus subiu para lá para participar das festividades do povo de Deus. Mas, em vez de permanecer entre a multidão que celebrava, Jesus foi ao tanque de Betesda, a casa de misericórdia, onde havia uma multidão de enfermos. Ali havia cinco pavilhões entupidos de gente cega e paralítica, nutrindo a esperança de uma cura milagrosa. Jesus vê um homem paralítico, prisioneiro de sua doença, a trinta e oito anos. Era um caso perdido, um problema sem solução. Jesus perguntou-lhe: “Você quer ser curado?” Essa pergunta parece óbvia demais; porém, é possível que algumas pessoas se conformem com o sofrimento. O homem respondeu com uma evasiva: “Eu não tenho ninguém”. O mesmo Jesus que pergunta, dá uma ordem ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”. Se a pergunta parecia óbvia demais, agora a ordem parece absurda demais. Levantar e andar é tudo que um paralítico sempre quis, mas jamais conseguiu. O mesmo Jesus que ordena, também dá o poder para que a ordem se cumpra. O homem se pôs em pé e começou a andar. O milagre foi imediato e completo. Jesus ainda hoje nos visita em nossos vales de dor. Ele tem todo o poder de nos colocar de pé e firmar os nossos passos na estrada da esperança! Você quer ser curado?

Rev. Hernandes Dias Lopes

terça-feira, 26 de março de 2024

Entenda por que a Páscoa é uma data perigosa para os cristãos perseguidos

 

Durante as celebrações de Páscoa, muitos ataques podem acontecer. (Foto representativa: Portas Abertas)

Nessa época, muitas igrejas são atacadas e cristãos violentados por causa do nome de Cristo.

Comemorar a Páscoa e celebrar a ressurreição de Cristo não é algo tão simples e tranquilo para cristãos que vivem no contexto de perseguição religiosa

Em países onde o cristianismo é proibido, essa é uma época de violência e ataques, em especial nos países onde a maioria segue o islamismo. 

Segundo a Portas Abertas, nos últimos anos, muitos ataques se destacaram — um deles ocorreu em 2021, quando dois homens-bomba entraram numa igreja em Makassar, na Indonésia. Os dois morreram e várias pessoas ficaram gravemente feridas. 

“Alguns cristãos se feriram gravemente e todos os presentes ficaram traumatizados. Suas vidas nunca mais serão as mesmas”, disse um colaborador da organização. 

Um dos ataques mais mortais na Páscoa

Em seu site, a Portas Abertas relembra do maior ataque de Páscoa a cristãos, ocorrido em 21 de abril de 2019, no Sri Lanka. Na ocasião, 259 pessoas morreram e 500 ficaram feridas. 

O ataque foi coordenado em três igrejas e três hoteis onde a data era celebrada. O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo atentado que foi causado por sete homens-bomba. 

As consequências foram trágicas e, até o dia de hoje, as famílias das vítimas lidam com a dor e a perda. Apesar disso, muitos compartilharam que os que morreram pareciam estar preparados e dispostos a entregar completamente suas vidas a Cristo. “Isso é percebido na fala dos familiares”, destacou a organização.

‘Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele’

Há inúmeros ataques que poderiam ser relatados em épocas festivas como a Páscoa. No domingo do dia 2 de abril, enquanto acontecia uma vigília de Páscoa na igreja Akenawe, em Benue, um grupo islâmico extremista invadiu o local com violência, matando um menino.

Conforme o Guiame divulgou, muitos membros ficaram feridos, incluindo o líder da igreja, que foi raptado com outros dois cristãos pelos terroristas.

Neste ano, enquanto os cristãos que são livres da perseguição estão se preparando para se reunir com a família, no próximo domingo, os cristãos perseguidos estão apreensivos sobre o que pode acontecer com eles. 

“Nossa esperança é que, como escrito em Efésios 2, por estarmos em Cristo, Deus nos salve por meio de sua graça e nos permita participar de sua ressurreição, o que nos tornará um só corpo”, escreveu a Portas Abertas.

“Ao sabermos sobre o que nossos irmãos enfrentam em todo o mundo, precisamos colocar em prática o que Paulo nos ensina em 1 Coríntios 12.26, que quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele. Somos encorajados pelos testemunhos dos sobreviventes e familiares das vítimas de ataques ocorridos no mês da Páscoa. Essas histórias nos motivam a continuar depositando nossa plena confiança em Deus, que é nosso refúgio e auxílio em meio às adversidades”, conclui a organização ao pedir orações pela Igreja Perseguida. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA PORTAS ABERTAS


IGREJA: VENCENDO OS DESAFIOS

 


Josué 6


O corajoso pregador João Crisóstomo (347-407 d. C.) disse: “Se você pensa que pode vencer sem lutar e acredita que receberá a coroa sem qualquer batalha, não passa de um péssimo soldado de Cristo.”

Sem dúvida, a vida cristã envolve desafios e conflitos, quer gostemos ou não. Nossos inimigos lutam constantemente contra nós e tentam nos impedir de tomar posse de nossa herança em Jesus. O mundo, a carne e o diabo (Ef 2:1-3) constituem uma coalizão contra a igreja de Cristo, assim como as nações de Canaã formaram uma coalizão contra Josué e o povo de Israel.

A vitória de Israel em Jericó, nos ensina como enfrentar os conflitos da vida, quaisquer que sejam os desafios que se apresentem diante de nós.

1.ANTES DO DESAFIO, LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ ESTÁ LUTANDO EM VITÓRIA E NÃO PELA VITÓRIA (JS 6:1-5)
A notícia do êxodo de Israel do Egito e de suas vitórias ao leste do rio Jordão já havia se espalhado pela terra de Canaã, deixando o povo de lá em pânico (Js 2:9-11; ver Dt 2:25; 7:23; 11:25; 32:30). Deus havia prometido: “Enviarei o meu terror diante de ti, confundindo a todo povo onde entrares; farei que todos os teus inimigos te voltem as costas” (Êx 23:27).

Meu irmão, a rainha Mary da Escócia tinha mais medo das orações de John Knox do que de um exército inimigo. Mas será que a sociedade de hoje tem algum temor daquilo que o povo de Deus é capaz de fazer? É bem provável que não, e isso se deve principalmente ao fato da Igreja, não ter feito muita coisa para mostrar o poder de Deus a um mundo incrédulo. É de se admirar que não conquistemos o respeito do mundo? Mas, não foi assim com Josué e com os israelitas! Eram um povo conquistador que não fazia concessões ao inimigo; antes, confiavam que Deus lhe daria a vitória. Sua marcha foi triunfal, pois instilaram o temor de Deus no coração do inimigo.

O soldado cristão encontra-se numa posição de vitória garantida, pois Jesus Cristo já derrotou todos os inimigos espirituais (Jo 12:31). Ao interceder por seu povo no céu, ele nos ajuda a crescer em maturidade e a realizar sua vontade (Hb 13:20, 21). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).

2-DURANTE O DESAFIO, LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ VENCE O INIMIGO PELA FÉ (JS 6:6-16, 20)

Fé não é crer apesar das evidências, pois o povo de Israel havia recebido provas seguidas de que poderia confiar na Palavra e no poder Deus. O Senhor havia separado as águas do mar Vermelho, destruído o exército egípcio, cuidado de seu povo no deserto, derrotado grandes reis, dado a Israel sua terra, aberto o rio Jordão e levado seu povo em segurança à Terra Prometida. O que mais lhes restava fazer senão crer nele?

Assim como a travessia do rio Jordão, a conquista de Jericó também foi um milagre de fé. Josué e seu povo ouviram as ordens de Deus, creram nelas e obedeceram. As atividades daquela semana foram um teste da fé e da paciência do povo de Israel. Deus nunca se apressa. Ele sabe o que faz e o tempo certo de fazê-lo. A queda de Jericó é um incentivo para que o povo de Deus confie nas promessas do Senhor e obedeça a suas instruções, por mais impossível que pareça a situação.

Pode ser que você e eu não conquistemos uma cidade como Josué, mas em nossa vida diária nos deparamos com inimigos e muralhas que nos desafiam. A única maneira de crescer na fé é aceitar novos desafios e confiar que Deus nos dará a vitória. Como disse Phillips Brooks: “Não orem pedindo uma vida fácil. Antes, orem para ser homens e mulheres melhores. Não orem pedindo tarefas à altura de suas forças. Antes, orem por forças à altura de suas tarefas”.

3-DEPOIS DA VITÓRIA, LEMBRE-SE DE OBEDECER ÀS ORDENS DE DEUS (JS 6:17-19, 21-27)
Israel antes de cercar as cidades inimigas, deveria oferecer-lhes a paz e, se a cidade se entregasse, deveriam poupar o povo e transformá-lo em servos. No entanto, o povo de Canaã deveria ser completamente destruído e suas cidades queimadas. Isso se devia ao fato da população de Canaã ser indescritivelmente perversa e Deus não queria que seu povo santo fosse contaminado por seus vizinhos (Dt 7:1-11). Nas palavras de Campbell Morgan: “Deus está sempre em guerra com o pecado”. Essa é a explicação para o extermínio dos cananeus.

Como havia prometido, Deus foi com Josué (Js 6:5,9) e engrandeceu o nome dele na terra (Js 1:27; 3:7; 4:14). Os servos de Deus jamais devem engrandecer a si mesmos. Se o Senhor o fizer, devem ter o cuidado de dar-lhe toda a glória. Quando estamos fortes, há o perigo de nos sentirmos seguros demais e de nos esquecemos de confiar no Senhor. Como aconteceu com Uzias (2 Cr 26:15,16) e com Davi ( 2 Sm 24.1-9; 1 Cr 21.1-6).

O sábio conselho de Andrew Bonar nos adverte dizendo: “Permaneçamos tão vigilantes depois da vitória quanto antes da batalha”. Pelo fato de um soldado não ter dado ouvidos a essa advertência, o desafio seguinte de Israel em Canaã acabou sendo uma derrota humilhante. Portanto, meus amados irmãos, “DEUS SEMPRE NOS FORTALECE QUANDO FAZEMOS A SUA VONTADE”, se queremos vencer os desafios da vida, precisamos andar de conformidade com a vontade de Deus
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Por Eli Vieira


segunda-feira, 25 de março de 2024

A pregação do Evangelho e a cultura

 


O filme “Brincando nos Campos do Senhor” é antigo e talvez a maioria não se lembre mais dele, mas foi uma crítica ao trabalho missionário entre indígenas. Lembro-me vividamente quando foi lançado em 1991, e a repercussão que teve na Mídia da época. Muitos que o assistiram foram convencidos de que a presença missionária entre indígenas trazia prejuízos graves à cultura e à identidade indígenas. Uma das cenas mais emblemáticas do filme é a da missionária correndo atrás de uma mulher indígena para colocar-lhe, à força, um sutiã, para que esta “cobrisse a sua vergonha”. A questão da relação entre o evangelho e a cultura é, portanto, tema recorrente e de grande importância no que diz respeito à comunicação do Evangelho, em qualquer lugar, época ou situação.

Em Atos 17.16-34, nos deparamos com um dos textos mais ilustrativos no que diz respeito à comunicação do Evangelho em contexto transcultural. Nele, Lucas narra a experiência e tentativa do apóstolo Paulo de comunicar o evangelho aos moradores da cidade de Atenas. A passagem é rica em ensinamentos e princípios missiológicos e nos dá a dimensão dos elementos que estão envolvidos no processo de comunicação do evangelho. A título de ilustração, apresento alguns desses princípios:

A pregação do Evangelho nunca ocorre no vácuo cultural

O que desejo afirmar aqui é que quando um missionário vai a algum lugar e prega a mensagem, seu público alvo não se encontra com a mente vazia, como uma “tabula rasa”, esperando para ela ser preenchida com o conteúdo apresentado pelo missionário. Note que quando Paulo inicia a sua pregação (verso 22) ele reconhece que os atenienses possuíam de antemão conceitos e “verdades” desenvolvidas em sua realidade cultural e que estes, de fato, serviam a eles como uma tentativa de fazer sentido da vida e dar explicação para as realidades últimas, inclusive nas questões religiosas. A antropologia cultural e especialmente o conceito de cosmovisão são úteis para que o missionário pesquise e descubra quais elementos culturais formam essa cosmovisão. No caso dos atenienses, Paulo percebeu que em sua preocupação religiosa os atenienses eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de muitos deuses.

A observação da cultura é fundamental para entender os anseios e preocupações do público-alvo

Note que enquanto Paulo esperava seus colegas de equipe que haviam ficado em Beréia (Atos 17.14), ele passou a observar a cidade e seus habitantes. Ser um bom observador é muito importante para o missionário. Estar atento aos anseios e preocupações do público alvo não somente abre oportunidades para o estabelecimento de pontes de comunicação, mas também desvenda os elementos culturais mais reveladores dos anseios e preocupações do povo. Há missionários que se precipitam e não esperam o momento adequado para começar a pregar. É preciso antes conhecer a cultura do povo, escutar, escutar e escutar suas histórias, observar tanto o passado quanto o presente. É fundamental relacionar-se e não ter receio de se expor aos elementos culturais daquele povo, ainda que isso venha a trazer alguma reação de indignação ou surpresa.

A comunicação do Evangelho considera as demandas e indagações da cultura local

O apóstolo Paulo estava consciente de que tinha uma mensagem universal e que essa verdade poderia ser comu- nicada e aplicada a qualquer contexto cultural. É exata- mente por essa convicção que ele se aventura no mundo gentílico por entender que o que tinha a dizer era relevante para eles também. Ao ligar a sua mensagem a aspectos culturais e filosóficos locais, o apóstolo demonstra empatia para com o povo alvo, mas não apenas isso. Demonstra tam- bém que ele deseja fazer-se claro, compreendido e aceito. Em Romanos 15.20-21 ele diz que seu objetivo é pregar o evangelho não onde Cristo já tenha sido nomeado para não edificar sobre fundamento alheio. E continua dizendo, “antes hão de vê-lo... e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito”. O processo de compreensão de uma mensagem passa obrigatoriamente pelas categorias comunicacionais que envolvem não somente símbolos, isto é, um código comunicativo, mas também um contexto. Essa combinação de código e contexto faz com que haja possibilidade real de compreensão da mensagem.

Apresentar o novo e de alguma forma relacioná-lo ao velho é uma estratégia eficiente de comunicação

Embora seja uma tarefa arriscada, há dois aspectos a se considerar aqui. Primeiro, apesar da queda e dos desvios resultantes dela, o homem possui a imagem de Deus e essa imagem faz com que esse homem “tateie” em busca dessa verdade (Atos 17.27); segundo, Deus opera por meio da graça comum e por meio de sua graça se faz conhecido por meio de sua revelação geral (Salmo 119, Romanos 1.19- 20). De qualquer forma, o homem necessita da revelação especial para ter conhecimento de Cristo, por meio da pregação do Evangelho. Por isso, o missionário não pode se satisfazer apenas da religiosidade do povo, ainda que ela apresente algum aspecto que esteja em concordância com a revelação geral. As distorções na perspectiva de como os povos interpretam a realidade é um fato (leia novamente Romanos 1) e o fato de que em vez de glorificar a Deus, passaram a glorificar aspectos da criação os torna indesculpáveis. Essas distorções a Bíblia chama de pecado. A mensagem do Evangelho é, portanto, um chamado ao arrependimento e à mudança de cosmovisão.

Embora o novo não seja de fato totalmente novo, ele desafia os velhos conceitos

Note que mesmo fazendo uma ponte entre o que era conhecido, isto é, os elementos culturais e religiosos dos atenienses (o Deus desconhecido), Paulo não deixou passar a oportunidade de demonstrar que as tentativas culturais de se chegar à verdade não terão êxito sem o conheci- mento da revelação especial. De qualquer forma, o homem necessita da revelação especial para ter conhecimento de Cristo, por meio da pregação do Evangelho. Por isso, o missionário não pode se valer apenas da religiosidade do povo, ainda que esta apresente algum aspecto que esteja em concordância com a revelação geral. O problema não está na revelação geral. Está nos óculos manchados pela queda que fez com que os povos não consigam perceber a realidade pela visão de Deus.

Conclusão

A mensagem do Evangelho é, portanto, um chamado ao arrependimento e à mudança de cosmovisão (Atos 17.30). Ao arrependimento porque todos pecaram e estão distantes da glória de Deus (Romanos 3.23); à mudança de cosmo- visão, pois a única maneira de interpretar corretamente a realidade é pela ótica de Deus e essa é conhecida por meio da Revelação Especial, a Escritura. O evangelho é concebido por meio dessa revelação especial e conclama todos os povos ao arrependimento e à submissão a Cristo.

Rev. Norval da Silva


O Deus Que Habita Em Nós

 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo ...