João 19.38-42
Cecil Rhodes dedicou a vida à
expansão britânica na África do Sul e também a acumular uma fortuna em
diamantes. Morreu antes de completar 50 anos de idade, e suas últimas palavras
foram: "Tão pouco foi feito; há tanto por fazer".
"Eu
te glorifiquei na terra", disse Jesus a seu Pai, "consumando a obra
que me confiaste para fazer" (Jo 17:4). Seria maravilhoso se todos nós
pudéssemos fazer um relatório como esse no final de nossa jornada nesta vida.
Saber que concluímos a obra que Deus nos confiou e que glorificamos seu nome
certamente nos levaria a olhar para trás com gratidão e a olhar para frente com
ânimo e esperança.
Destacamos
aqui quatro pontos a respeito do sepultamento.
Em
primeiro lugar, o pedido de José de Arimateia (19.38). Mateus nos
dá três informações sobre esse homem: ele era de Arimateia, cidade dos judeus,
rico e discípulo de Jesus (Mt 27.37). Marcos nos dá duas informações novas
sobre ele: era um ilustre membro do Sinédrio e esperava o reino de Deus (Mc
15.43). Lucas nos oferece, também, duas informações novas: era homem bom e
justo; e não tinha concordado com o desígnio e ação dos outros membros do
Sinédrio acerca do processo e condenação de Jesus (Lc 23.50,51). João, porém,
nos dá uma informação extra. Diz que ele não teve coragem para assumir seu
posicionamento acerca de Cristo publicamente, com medo de retaliação (19.38).
Esse homem é quem vai a Pilatos reivindicar o corpo de Jesus para ser
sepultado.
Pela
lei romana, os condenados à morte perdiam o direito à propriedade e até mesmo o
direito de serem
enterrados.
Frequentemente, o corpo dos acusados de traição permanecia apodrecendo na cruz.
E digno de nota que nenhum parente ou discípulo tenha reivindicado o corpo de
Jesus.
José
de Arimateia empregou a palavra grega soma para pedir
o corpo de Jesus. Pilatos o cedeu, usando a palavra grega ptoma. A primeira
palavra fala acerca da personalidade total, fato que implica o cuidado e o amor
de José de Arimateia. A palavra usada por Pilatos dá ao corpo apenas o
significado de cadáver ou carcaça. Essas diferentes palavras representam
diferentes atitudes acerca da vida e da morte.16
John
Charles Ryle diz que outros tinham honrado e confessado nosso Senhor quando o
viram fazendo milagres, mas José o honrou e confessou ser seu discípulo quando
o viu frio, ensanguentado e morto. Outros tinham demonstrado amor a Jesus
enquanto ele estava falando e vivendo, mas José de Arimateia demonstrou amor
quando ele estava silencioso e morto.
Em
segundo lugar, a
cooperação de Nicodemos (19.39, 40). Nicodemos
era fariseu, um dos principais dos judeus (3.1) e mestre em Israel (3.10). Foi
ter com Jesus de noite e provavelmente se tornou, à semelhança de José de
Arimateia, um discípulo oculto de Jesus. Charles Erdman destaca que esses dois
homens, José de Arimateia e Nicodemos, não tiveram a coragem de assumir suas
convicções e deixaram de dar seu apoio e estímulo ao mestre quando vivo; agora
aparecem para lhe prestar a última homenagem depois de morto. Trata-se de duas
autoridades, homens de posição social e prestígio: José de Arimateia deposita o
corpo de Jesus em túmulo novo, de sua propriedade; e Nicodemos envolve-o numa
profusão de 43 quilos de ricas especiarias.17 Nicodemos, que começou confuso no
meio da noite (3.1-15), terminou
confessando sua fé abertamente em plena luz do dia (19.39,40).18
Em
terceiro lugar, o jardim (19.41). Próximo ao
monte da Caveira onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e ali, em um
sepulcro novo, depositaram o corpo de Jesus.
Em
quarto lugar, o
sepultamento (19.42). Jesus
foi sepultado nesse túmulo novo, cavado na rocha, perto do Gólgota. O
sepultamento é a evidência de sua morte, e a ressurreição é a prova de sua
vitória sobre a sepultura.
Adapt.
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